GELMac ajuda a Cidade da Beira
O GELMac – Grupo de Escuteiros Lusófonos do território juntou forças com a diocese de Macau e com a Associação dos Amigos de Moçambique, e angariou no passado fim-de-semana donativos no valor de cinquenta mil patacas para ajuda às vítimas da catástrofe natural que há pouco mais de quinze dias se abateu sobre o centro-sul de Moçambique.
A passagem do ciclone Idai – o mais forte a afectar a costa oriental africana em mais de uma década – pela região da Beira deixou no seu encalço um rasto de morte e de destruição. A tempestade fez mais de meio milhar de mortos em Moçambique e vitimou duzentas outras pessoas nos vizinhos Zimbabué e Maláui. Para além das vítimas mortais, o Idai fez milhares de feridos e deixou dezenas de milhar de desalojados nos três países da África Austral.
Confrontado com a magnitude da devastação, o GELMac uniu esforços com a diocese de Macau e com a Associação dos Amigos de Moçambique. As três entidades lançaram no último fim-de-semana uma campanha de recolha de donativos que acabou por surpreender os organizadores. Duas Eucaristias – a vespertina de sábado e a Dominical – afiguraram-se suficientes para que os escuteiros católicos recolhessem 48 mil 680 patacas, uma soma que se revelou bem mais elevada que o inicialmente esperado pelos responsáveis do Grupo de Escuteiros Lusófonos de Macau. «Correu muito bem. Muito melhor do que esperávamos», confidenciou a’O CLARIMfonte ligada ao GELMac. «O montante, recolhido no exterior da Sé Catedral no final da missa vespertina de sábado e no final da Eucaristia Dominical, já foi entregue à Associação dos Amigos de Moçambique», referiu.
Na campanha de angariação de donativos participaram cerca de uma dezena e meia de escuteiros, que repetiram assim – ainda que com melhores resultados – a actividade de recolha de fundos com que o agrupamento respondeu, há dois anos, ao devastador incêndio que fez 66 mortos e mais de vinte feridos no município do Pedrogão Grande, no centro de Portugal. Na altura, o GELMac recolheu perto de 17 mil e 800 patacas para apoiar alguns dos que perderam tudo para as chamas no fatídico Verão de 2017.
A iniciativa agora lançada foi a primeira campanha de rua para angariação de donativos para as vítimas do Idai.
Em meados de Março, dias depois da tempestade ter virado a cidade da Beira do avesso, a representação diplomática de Moçambique no território organizou uma colecta de dinheiro para ajudar os sobreviventes do ciclone. Rafael Marques anunciou a abertura de três contas bancárias para as quais podem ser canalizados eventuais donativos.
Na semana passada, a secretária-geral do Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica entre a China e os Países de Língua Portuguesa, Xu Yingzhen, manifestou a solidariedade do organismo perante o desastre, no final de uma reunião que juntou na RAEM representantes dos oito países de língua oficial portuguesa.
Moçambique foi o país mais afectado pela passagem do Idai, com 501 mortos e mais de um milhar de feridos já contabilizados pelas autoridades moçambicanas. O Governo de Maputo dá ainda conta de mais de 127 mil pessoas a viverem em 154 centros de acolhimento, sobretudo na região da Beira, a mais atingida pela fúria da tempestade.
Marco Carvalho