Lionel Leong em estado de choque.
O secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, admitiu ontem na Assembleia Legislativa que está chocado com os montantes que a Administração está a desembolsar no mercado privado com as rendas dos edifícios que albergam os serviços públicos.
«Fico chocado em ver estes montantes avultados das rendas», reagiu Lionel Leong, após o deputado Chan Meng Kam pedir explicações sobre «a descida generalizadas» do valor «das rendas no mercado imobiliário», quando em contrapartida «sobem as rendas pagas pelos edifícios governamentais».
«Como secretário da tutela tenho que ficar ciente destes valores, mas se os tornar públicos será que as rendas vão baixar ou aumentar [no mercado privado]? Pode trazer impacto em vários aspectos. Há que consultar a sociedade», explicou no debate sectorial das Linhas de Acção Governativa, negando a pretensão de Chan Meng Kam em divulgar os montantes envolvidos.
Quanto às PME, admitiu que é preciso uma mudança de mentalidade para tratar dos procedimentos administrativos de modo a suprimir as dificuldades que têm assolado as empresas do sector. «Qual é o problema? Será a falta de recursos humanos, a oferta e a procura não estão bem articuladas ou será a burocracia?», atirou Lionel Leong, acrescentando que já teve oportunidade de contactar os serviços da sua tutela para saber o que se passa.
«Temos que ter uma mentalidade mais inovadora em receber todos estes requerimentos de uma só vez. Não podemos tratar das formalidades com uma mentalidade sempre conservadora ou tão tradicional. Temos que mudar a mentalidade», apontou.
Ainda sobre as PME, frisou que é preciso «continuar a pensar noutros aspectos relacionados com a vida da população, que não estejam apenas sob a tutela da Economia e Finanças», como é o caso dos transportes, porque para Lionel Leong «deve tudo ser tratado de forma integrada».
Em resposta a Au Kam San, que alertou para o «trabalho precário dos trabalhadores locais, que são substituídos pelos não-residentes», deixou a «garantia que os locais não são substituídos pelos trabalhadores não-residentes», mas se existirem casos desses foi peremptório: «Há que apresentar queixa» nas entidades competentes, que «tratam do assunto» em conformidade. O debate com Lionel Leong prossegue hoje à tarde.
PEDRO DANIEL OLIVEIRA
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