O Plano Nacional de Reformas

Neste Portugal de hoje, condicionado por velhos problemas mas gerido por novos governantes, a Comunicação Social faz a agenda das oposições e as oposições comentam as notícias da Comunicação Social.

Os argumentos de contestação à acção governativa são lançados para a opinião da população, ao ritmo sequencial das necessidades de afirmação da oposição, como granadas de fumo que se esgotam com os ventos da realidade e se arrumam nas prateleiras do esquecimento por não atingirem qualquer resultado.

Que a duração do Governo seria de três meses; que não chega à Primavera; que Bruxelas não iria aprovar o Orçamento de Estado para 2016; que os impostos iriam aumentar com o “plano B”(?); que vamos a caminho de mais um resgate financeiro (alterado à última hora pelo PSD, vá-se lá a saber porquê!?…); que o Governo não vai conseguir aprovar o Orçamento para 2017, etc., etc. Estas têm sido as argumentações mais utilizadas para contestar o actual Governo e que vão sendo “esquecidas”, à medida que vão sendo contestadas pela realidade dos factos. Até o insuspeito Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, afirma que fazer previsões se tornou um «desporto nacional».

Mas agora, PSD e CDS associam-se numa nova investida, tentando colocar “pauzinhos na engrenagem” que une o PS ao PCP, Bloco e Verdes (a tal “geringonça” que tanto contestam). Fazem apelos aos militantes destes partidos apoiantes do Governo, através das respectivas estruturas sindicais, para que se “revoltem” contra as medidas do Governo PS e coloquem as suas direcções em conflito reivindicativo com a plataforma de acordo que concluíram com António Costa. A intenção é :“Se o Governo não cai de uma maneira, cai de outra!”. Esta é a nova estratégia de quem até agora tem sido incapaz de apresentar aos portugueses alternativas credíveis e aceitáveis às medidas propostas pelo Governo, porque rejeitam consensualizar-se com ele ou porque receiam ser publicamente criticados pelas suas propostas.

Interrogado por estas posições da oposição, António Costa limita-se a dizer laconicamente «é a vida!».

De facto, “a vida”, tal como aquela que o Governo expressa no seu Programa Nacional de Reformas, é muito diferente da visão minimalista da vida dos portugueses que tinha o anterior Governo e o seu proponente (Paulo Portas), independentemente do “barulho publicitário” que foi então feito a esse propósito.

Nos próximos quatro anos o Governo PS de António Costa vai investir cerca de 34 mil milhões de euros (26 mil milhões de Fundos Comunitários e 7 mil milhões por parte do Estado) numa diversidade de áreas de necessidade prioritária para o País, tais como a modernização do Estado; a qualificação dos portugueses; o apoio financeiro às empresas; a reabilitação urbana; os recursos do mar; o desenvolvimento do interior do País; a melhoria da rede de transportes públicos e de mercadorias, entre outras intervenções que serão monitorizadas em permanência para que a sua execução seja assegurada.

Resposta da oposição: “Isso não é possível porque o País vive em permanente instabilidade”. Mas quem é que a provoca? Quem é que passa todo o seu tempo a urdir “papões” e projecções pessimistas sobre a durabilidade do actual Governo?

O Programa Nacional de Reformas, que já está a ser colocado em prática, não fala em cortes de salários, de pensões ou aumento de impostos – ele é um vasto plano estratégico para o desenvolvimento do todo nacional que tem por objectivo a coesão social, com base na intersecção das várias áreas em que se projecta.

Será possível? Sim! Se mais nenhum banco se “atravessar” pelo caminho; se a União Europeia não “chatear”; se nenhum conflito internacional nos impedir, e se a oposição nacional não continuar a intrigar.

Nem tudo está bem, mas já chega de tanto rancor, os portugueses merecem sorrir!

LUÍS BARREIRA

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