Escolas jesuítas celebraram 70 anos
A igreja de São Lourenço acolheu no sábado, 6 de Dezembro, uma Missa de Acção de Graças por ocasião da celebração do 70.º aniversário do Colégio Mateus Ricci e da Escola Estrela do Mar. As duas instituições de Ensino encontram-se sob a alçada da Companhia de Jesus e desde há sete décadas pugnam pela formação integral de crianças e jovens em situação de maior fragilidade económica e social.
Presidida pelo bispo D. Stephen Lee, a Missa de Acção de Graças atraiu mais de cinquenta professores e alunos de ambas as instituições de Ensino. A cerimónia – contou a’O CLARIM o padre Fernando Azpiroz, SJ – foi dedicada a todos os benfeitores e beneméritos que ao longo dos últimos setenta anos fizeram chegar o seu apoio ao projecto educativo da Companhia de Jesus em Macau. «A Missa foi celebrada pelo bispo D. Stephen Lee e contou com a presença de um grupo de professores e de alunos em representação das duas escolas. Durante a Eucaristia, os alunos juntaram-se ao coro que animou a cerimónia e participaram nas orações e no ofertório», ilustrou o Superior local dos Jesuítas. «A Missa serviu, sobretudo, para agradecer a todos os benfeitores que apoiaram as duas escolas ao longo de todos estes anos. Este agradecimento é extensivo aos representantes do Governo, aos Serviços de Educação, aos nossos antigos alunos e a membros de diferentes organizações», acrescentou.
A Eucaristia encerrou o programa de comemorações do 70.º aniversário do Colégio Mateus Ricci e da Escola Estrela do Mar. Ao longo dos últimos meses, foram várias as iniciativas realizadas para o efeito. «Organizámos um grande leque de actividades e de celebrações em ambas as escolas. Foram celebradas Missas em diferentes momentos e promovemos também dias abertos e jantares comemorativos, nos quais participaram centenas de professores, antigos alunos e amigos das duas instituições. A 17 de Janeiro, organizámos um Fórum sobre Educação Jesuíta, nas instalações do Centro de Ciência de Macau», elencou o padre Fernando.
A Educação, tal como está concebida pela Companhia de Jesus, foca-se principalmente na formação integral dos alunos, para que cheguem à idade adulta com uma base intelectual e moral sólida. Setenta anos depois de terem sido criadas, as duas escolas mantêm como principal propósito «formar homens e mulheres para os outros e com os outros», dando especial atenção a crianças e jovens desfavorecidos. «As duas escolas foram fundadas para garantir novas oportunidades em termos de Educação a centenas de crianças de famílias em situação difícil, como era o caso dos milhares de famílias que tiveram de imigrar da China continental a partir da década de 50. Acredito que as duas escolas se mantiveram fiéis a esta tradição e que continuam a olhar para a Educação na perspectiva de uma necessidade especial», disse o sacerdote. Mais: «grande parte das crianças que ingressa nos jardins-de-infância provêm de famílias de classe média ou média-baixa. Muitos alunos, que têm dificuldades de adaptação a outros estabelecimentos, acabam por vir parar às nossas duas escolas, em busca de um ambiente de Ensino que se possa adequar melhor às suas necessidades educativas. Por exemplo, mais de doze por cento dos alunos que frequentam a Escola Estrela do Mar são estudantes com necessidades educativas especiais. O valor está bem acima da média de três por cento que frequenta as outras escolas de Macau».
No total, o Colégio Mateus Ricci e a Escola Estrela do Mar são actualmente frequentados por mais de dois mil alunos, com idades compreendidas entre os três e os dezoito anos. Se no Ensino Secundário o número de alunos inscritos se tem mantido com pequenas variações, no Ensino Pré-primário as circunstâncias são muito diferentes e a queda abrupta nas inscrições tem vindo a adquirir contornos preocupantes. «O Colégio Mateus Ricci tem, actualmente, cerca de mil e 200 alunos inscritos e a Escola Estrela do Mar cerca de novecentos. As inscrições nos nossos jardins-de-infância caíram consideravelmente, mas em termos gerais a queda no número de estudantes não foi tão pronunciada. A razão prende-se com o facto de muitos alunos se inscreverem nas duas escolas, principalmente no Ensino Secundário, quando pretendem mudar de escola», sublinhou o padre Fernando, concluindo: «O maior desafio com que as duas escolas se deparam é exactamente esse. De ano para ano, o número de crianças inscritas nos dois jardins-de-infância vem diminuindo. Este é um problema bastante sério para muitas escolas em Macau. Com a taxa de natalidade a diminuir, são muitas as famílias que olham para o que consideram as melhores escolas como a primeira opção. Ao fim de alguns anos, algumas destas famílias percebem que estas escolas não são necessariamente a melhor escolha para as suas crianças e acabam por procurar outras opções que se adaptem melhor às necessidades educativas dos filhos. Esta é a principal razão que leva os alunos de outros estabelecimentos de Ensino a procurarem as nossas escolas».
Marco Carvalho
Escola D. João Paulino: Amanhã há Dia Aberto
A Escola Dom João Paulino, na Taipa, abre amanhã as portas à comunidade, pelas 9:00 horas, com a organização do seu Dia Aberto Anual. A instituição de Ensino vai “tirar o véu” a uma série de vídeos promocionais que combinam elementos clássicos de anúncios famosos de Macau e Hong Kong. Para além de pretender cativar novos alunos, o objectivo é demonstrar a faceta de inovação que a escola tem vindo a impulsionar ao longo dos últimos anos.
No início do mês, o capelão da escola, padre José Oliveira Marques, conduziu uma oração pelo Advento, nas instalações da Dom João Paulino. Com o simples gesto de acender uma vela, pais, alunos, professores e funcionários assinalaram o início do novo Ano Litúrgico e da caminhada de preparação para o Natal. A vela foi simbolicamente acesa pela directora da escola, Ng Sai Wa. O padre José dirigiu-se depois aos alunos, incentivando-os a cumprir com as responsabilidades que lhes são confiadas e a mostrar gratidão pelo trabalho desenvolvido por aqueles que os rodeiam.

Follow