Comunidade filipina prepara a Simbang Gabi

Comunidade filipina prepara a Simbang Gabi

NOVENA VOLTA A SER CELEBRADA PELA DIOCESE DE MACAU.

É para muitos a quadra mais aguardada do ano e poucos a vivem com maior devoção do que os católicos filipinos.

Para os fiéis filipinos, dentro e fora das fronteiras do arquipélago, o Natal é sinónimo de partilha e de solidariedade, mas também de sacrifício e de uma entrega espiritual mais intensa. Os católicos das Filipinas preparam-se para o Natal com a celebração da “Simbang Gabi”, a novena que antecede a celebração do nascimento de Jesus Cristo e que culmina, a 24 de Dezembro, com a celebração da Missa do Galo.

Em Macau a tradição é assinalada há vários anos pela comunidade filipina que vive e trabalha na Região Administrativa Especial e este ano não será excepção, confirmou a’O CLARIMo padre Andrew de Vera. «Temos uma tradição enraizada no que toca à preparação do Natal. O aspecto mais importante é a “Simbang Gabi”, que começa a ser celebrada nove dias antes do Natal e que implica a celebração de missas matutinas durante nove dias consecutivos», explicou o actual responsável pela Cura Pastoral para a Comunidade Filipina da Diocese de Macau. «Esta novena é a peça central da nossa caminhada de preparação para o Natal, mas é também uma forma de honrar a Virgem Maria como o instrumento eleito por Deus para colocar no meio de nós o Redentor, Jesus Cristo Nosso Senhor. Ao organizarmos a “Simbang Gabi” em Macau estamos também a trazer a cultura e as tradições das Filipinas até ao território, de forma a que os filipinos que não têm a oportunidade de regressar a casa no Natal também possam viver a quadra com alegria», acrescentou o jovem sacerdote da Sociedade de Nossa Senhora da Santíssima Trindade.

Mesmo à distância, a importância de celebrar o Natal em família é um aspecto central da forma como a comunidade filipina vive e assinala o nascimento de Jesus Cristo. Para o padre Andrew de Vera, a Igreja é a instituição que melhor preenche o vazio aberto na quadra natalícia pela distância. O mesmo deixa rasgados elogios à diocese de Macau e ao bispo D. Stephen Lee: «Queremos que eles saibam que a Santa Madre Igreja não é mais uma Igreja. É também família. Uma família que se faz de laços pessoais, mas também uma família dos filhos e das filhas de Deus. O nosso querido bispo, D. Stephen Lee, tem-nos apoiado muito, em particular a Cura Pastoral para a Comunidade Filipina. Sem o seu consentimento e o seu apoio, não seriamos capazes de promover todas estas iniciativas».

A exemplo do que tem vindo a suceder nos últimos anos, as celebrações da “Simbang Gabi” devem voltar a estar centradas nas igrejas de Santo Agostinho, de São Lourenço e de Nossa Senhora de Fátima. No ano passado, pela primeira vez, a novena também foi celebrada na Sé Catedral.

A “Simbang Gabi” poderá ter origem nas missas “Rorate Coeli”, celebradas, na Idade Média, às primeiras horas da madrugada durante o período do Advento. Originalmente, as “Rorate Coeli” tinham como objectivo honrar a Virgem Maria pelo papel primordial que lhe foi consignado por Deus, o de mãe do Redentor.

Marco Carvalho

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