PRIMEIRO FESTIVAL DA JUVENTUDE REALIZA-SE NO TAP SEAC

PRIMEIRO FESTIVAL DA JUVENTUDE REALIZA-SE NO TAP SEAC

Diocese coloca os mais novos no centro das atenções

A catequese é uma das pedras estruturais sobre as quais assenta o edifício da Fé e do Catolicismo, mas este ano a premissa da transmissão do Catecismo aos mais novos adquire uma importância ainda maior, depois do bispo D. Stephen Lee ter anunciado que a diocese de Macau vai dedicar os próximos anos à juventude.

A 6 de Outubro, a Praça do Tap Seac veste-se de gala para receber, no âmbito das celebrações do Mês Missionário Extraordinário, o primeiro Festival da Juventude dinamizado pelo Paço Episcopal. A pastoral da comunidade de língua portuguesa também vai marcar presença, com os seus principais activos. «As escolas, os escuteiros, a catequese. Vamos poder encontrar tudo o que faz parte da estrutura da Igreja e que está relacionado com a juventude ou as crianças: os corais, os acólitos e, de uma forma geral, toda a juventude da Igreja», explicou o padre Daniel Fernandes a’O CLARIM, tendo acrescentado: «A iniciativa não se destina, ainda assim, apenas à Igreja Católica. A Igreja espera, realmente, que este festival possa ser sinónimo de uma grande diversidade de línguas, de idades, de trabalhos na Igreja, mas que tudo isto forme uma grande unidade».

A paróquia de Nossa Senhora do Carmo também não vai faltar à chamada. Em declarações ao nosso jornal, a irmã Maria Lúcia Fonseca revelou que a participação dos católicos lusófonos da Taipa está a ser preparada por um grupo de pouco mais de duas dezenas de fiéis: «Entre as actividades pastorais que a paróquia está a organizar entra também a participação nesse certame, que está a ser preparado por vinte e tal senhoras e alguns adolescentes. Por outro lado, estamos ainda a preparar o tempo do Advento e temos prevista uma visita a um lar de idosos».

A preparação do período que antecede o nascimento de Cristo dá, de resto, o mote para a organização, por parte da pastoral, de um retiro espiritual em Coloane. A iniciativa decorre entre 15 e 17 de Novembro, sob a orientação espiritual do padre Daniel Ribeiro. «É um retiro de preparação para o Natal. Fazemos habitualmente dois retiros. Um no começo do ano, de preparação para a Páscoa, que é feito no começo da Quaresma, e este, que é feito no Advento, de preparação do Natal. O ideal é que todos os católicos possam participar uma vez por ano num destes retiros. É uma oportunidade para ficar mais próximo de Deus e um investimento que a pessoa faz na própria vida espiritual. É algo que eu aconselho vivamente», disse o sacerdote.

CATEQUESE NA SÉ CATEDRAL TEM INÍCIO ESTE DOMINGO

A abertura do novo ano catequético na Sé Catedral está agendada para este Domingo, com os responsáveis pela missão de instruir os mais novos na crença, na espiritualidade e nas práticas cristãs a organizarem, após a Eucaristia Dominical das 11 horas, uma sessão de acolhimento às crianças e aos respectivos encarregados de educação no pátio do Colégio Diocesano de São José, paredes meias com o Paço Episcopal.

O encontro de Domingo pauta o início de uma caminhada que se prolonga até Junho do próximo ano e na qual deverá participar cerca de uma centena de crianças e adolescentes. O número dos catequizandos de língua portuguesa tem vindo a diminuir progressivamente, mas o padre Daniel Ribeiro, vigário paroquial da igreja da Sé Catedral, não se deixa alarmar pela tendência, até porque nota uma certa estabilidade no trabalho pastoral desenvolvido pela Diocese junto da juventude lusófona. «Este ano, na Sé Catedral, temos aproximadamente cem crianças inscritas. As inscrições nunca fecham. As pessoas podem inscrever-se quando quiserem. Todos estão convidados; quem tiver crianças compreendidas entre os quatro e os dezasseis anos, que é a idade em que habitualmente é feito o crisma, pode participar na catequese», referiu o sacerdote. O convite – reforçou – é extensível a outras actividades litúrgicas, como o grupo de acólitos ou o coro infanto-juvenil, ambos com o fim de servir e animar a Eucaristia Dominical.

«Apesar do número de inscritos não aumentar, parece-me que a catequese está, apesar de tudo, estável. É um número razoável para uma comunidade que não é assim tão grande quanto isso. É bom poder ter aqui cem crianças todos os fins-de-semana. É um número muito razoável. Há sempre pessoas novas, que receberam formação católica nos seus países e a continuam aqui», notou o responsável pela pastoral da comunidade de língua portuguesa da diocese de Macau.

A fasquia recebe um incremento substancial se à cifra da catequese se juntar a do catecumenato. Pelo terceiro ano consecutivo, a paróquia da Sé Catedral volta a ensinar catequese aos falantes de Português que se afastaram dos caminhos da Igreja e agora têm a possibilidade de descobrirem ou redescobrirem a Palavra de Deus: «Voltamos a ter um grupo específico para adultos. No passado, as pessoas queixavam-se: “Eu não recebi o crisma, mas também não quero estar a fazer o crisma com crianças”. Agora há um grupo semanal que funciona ao mesmo tempo que a catequese para crianças. Temos entre cem e 120 inscrições, se contarmos com os adultos».

Às cem crianças inscritas na catequese na Sé Catedral somam-se pouco mais de três dezenas de inscrições na paróquia de Nossa Senhora do Carmo. «No ano passado trabalhámos o envolvimento dos nossos jovens na Eucaristia. Este ano, elegemos o percurso de Jesus Cristo – desde a Anunciação até à Ressurreição – como o nosso principal foco. Se tivermos a capacidade para lhes apresentar Jesus Cristo de uma maneira que envolva e que cative as nossas crianças, estamos a contribuir para que mantenham a ligação à Igreja quando atingirem a vida adulta», referiu a irmã Maria Lúcia, responsável pela catequese na Taipa.

A exemplo do que acontece nas restantes paróquias do território, o grande desafio com que se deparam os agentes – leigos e religiosos – ao serviço da pastoral em língua portuguesa da Diocese é a necessidade de recomeçar quase do zero todos os anos. «Há sempre alguém que se despede de Macau, sempre alguém que chega. No ano passado, o grupo de adolescentes era muito bom, mas alguns deles partiram para Portugal, para estudar, e é pouco provável que regressem. É um esforço contínuo», concluiu a religiosa.

Marco Carvalho

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