“Urbi et Orbi”

“Urbi et Orbi”

«Todas as vidas são preciosas», diz Francisco

Foi a última aparição aos fiéis. No Domingo de Páscoa, da varanda da Basílica de São Pedro, no Vaticano, Francisco dirigiu-se à multidão, tendo proferido algumas palavras antes de conceder a bênção “Urbi et Orbi”. O CLARIM reproduz o artigo então publicado pela agência ECCLESIA.

O Papa apelou hoje [20 de Abril], na sua mensagem pascal, à defesa da vida, sublinhando a esperança que a celebração da Páscoa traz a todo o mundo.

“Cristo ressuscitou! Neste anúncio encerra-se todo o sentido da nossa existência, que não foi feita para a morte, mas para a vida. A Páscoa é a festa da vida! Deus criou-nos para a vida e quer que a humanidade ressurja! Aos seus olhos, todas as vidas são preciosas”, referiu, num texto lido desde a varanda central da Basílica de São Pedro, antes da bênção “Urbi et Orbi” [à cidade (de Roma) e ao mundo]. “Tanto a da criança no ventre da mãe, como a do idoso ou a do doente, considerados como pessoas a descartar num número cada vez maior de países”, acrescenta a mensagem.

Ainda em convalescença, o Papa esteve ausente da Missa de Domingo de Páscoa, para a qual escreveu a homilia, e acompanhou a leitura da sua mensagem pascal numa cadeira de rodas.

«Caros irmãos e irmãs, boa Páscoa», disse Francisco, antes de pedir a D. Diego Ravelli, mestre das celebrações litúrgicas pontifícias, para proferir o texto.

“O amor venceu o ódio. A luz venceu as trevas. A verdade venceu a mentira. O perdão venceu a vingança. O mal não desapareceu da nossa história e permanecerá até ao fim, mas já não lhe pertence o domínio, não tem qualquer poder sobre quem acolhe a graça deste dia”, indica o texto, divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

A intervenção foi transmitida à escala global, para milhões de pessoas, com emissão televisiva em vários países, incluindo Portugal.

No Domingo de Páscoa, dia da festa mais importante para a Igreja Católica, que assinala a ressurreição de Jesus, a mensagem papal evocou “o Aleluia, que corre de boca em boca, de coração a coração”.

“Irmãs e irmãos, especialmente vós que passais pela dor e pela angústia, o vosso grito silencioso foi ouvido, as vossas lágrimas foram recolhidas e nem sequer uma só se perdeu”, assinalou.

O Papa apresentou a ressurreição de Jesus como “fundamento da esperança”, que é “comprometida” e “responsabilizadora”.

“Neste dia, gostaria que voltássemos a ter esperança e confiança nos outros, mesmo naqueles que não nos são próximos ou que vêm de terras distantes com usos, modos de vida, ideias e costumes diferentes dos que nos são familiares, porque somos todos filhos de Deus”, desejou.

A cerimónia contou com a presença de dezenas de milhares de peregrinos e foi precedida pela execução dos hinos do Vaticano e da Itália, pelas bandas da Gendarmaria Pontifícia e dos Carabinieri, com as saudações militares da Guarda Suíça e das Forças Armadas italianas.

O Papa permaneceu na varanda da Basílica de São Pedro durante cerca de vinte minutos, tendo concedido a bênção apostólica a todos os participantes.

Depois, de surpresa, Francisco saiu em papamóvel, desde o “Arco delle Campane”, para dar a volta à praça e saudar os cerca de cinquenta mil presentes.

Este foi o primeiro percurso de carro aberto desde que o Papa teve alta do Hospital Gemelli.

O.C.

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