Honremos Jesus Cristo como Nosso Rei

SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO(Ano C – 23 de Novembro)

Honremos Jesus Cristo como Nosso Rei

Hoje chegamos ao fim do nosso Ano Litúrgico. Celebramos uma grande verdade fundamental da nossa fé católica na celebração de hoje: Cristo é o Rei do Universo, o Senhor de todos, o juiz dos vivos e dos mortos.

No contexto da História da Igreja, esta Festa foi declarada pelo Papa Pio XI durante o Ano Jubilar de 1925, a pedido de muitos bispos e fiéis católicos de todo o mundo. Naquela época, muitos movimentos comunistas e nacionalistas a nível global, em lugares como a Rússia e o México, tentavam suprimir a presença do Cristianismo e a prática da Fé Católica. Um padre jesuíta católico no México, o padre Miguel Pro, cuja Festa é celebrada hoje (23 de Novembro), arriscou a própria vida e usou diferentes disfarces para levar os Sacramentos aos fiéis católicos. Quando o Beato Miguel foi preso e levado perante o pelotão de fuzilamento, gritou enquanto os soldados levantavam as suas armas para matá-lo: «– Viva Cristo Rey!» – «– Viva Cristo Rei!».

Tivemos muitos reis a governar na terra ao longo da História. Então, podemos fazer a pergunta: que tipo de rei é Jesus? O seu reino e o seu governo como rei desafiam muitas expectativas. Quando Jesus foi crucificado na cruz com os dois ladrões, certamente não parecia o rei que as pessoas esperavam. Foi pregado numa cruz, e não sentado num trono. Foi coroado com espinhos, não com ouro e jóias. Para o ridicularizar e menosprezar, colocaram uma inscrição acima da cabeça: “Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus”. As multidões, os sumos sacerdotes e os soldados romanos gozaram-no, ao invés de lhe terem prestado homenagem. Os soldados revelaram escárnio, ao dizerem que se fosse realmente um rei deveria descer da cruz e salvar-se. Assim, demostrava ter poder e provava ser rei.

Os judeus pensavam que Jesus governaria como um rei semelhante ao seu antepassado, o rei David. Não esperavam que Jesus viesse como um rei que desejasse servir os outros e que sofresse uma morte horrível. Tanto os romanos quanto os judeus pensavam que a realeza estaria associada ao poder militar. No entanto, Jesus encarava a realeza como a representação da verdade e vontade de Deus, devendo-se proclamar que os mansos herdariam a terra. Jesus diz aos seus apóstolos que ele, como filho do homem, veio para servir, não para ser servido, mas para dar a sua vida pela libertação de muitos. Para fazer parte do reino de Cristo, também nós somos chamados a ser servos, chamados a dar de nós mesmos aos outros.

No Evangelho de Lucas, o bom ladrão voltou-se para Jesus e pediu que fosse lembrado quando Jesus entrasse no seu reino. Jesus prometeu-lhe que a ele se havia de juntar no Paraíso. Ao colocarmos a nossa esperança na vida eterna que virá com Jesus do seu reino, devemos reconhecer a comunhão amorosa que devemos firmar com Jesus no presente.

Lembro-me de estar no Santuário de Lourdes, em França, na procissão eucarística. Na escuridão da noite, milhares de peregrinos reúnem-se para rezar o Rosário. Cada peregrino fá-lo rezando na sua língua materna. Também nós o fizemos e não apenas para honrar Maria naquele local sagrado de peregrinação. Ali apareceu a Santa Bernadete, em 1858. Rezámos com Maria e com os outros peregrinos, na qualidade de discípulos de Cristo, pois Maria aproximou-nos do Seu filho. Senti todas as orações dos meus paroquianos, que me acompanharam na procissão do Rosário, de uma forma muito verdadeira e sentida. Através desta peregrinação a Lourdes, senti realmente que estava a honrar Cristo como nosso Senhor e Salvador, a honrar Cristo como Nosso Rei.

Este é o último fim-de-semana do actual Ano Litúrgico. Na próxima semana começamos um novo Ano Litúrgico, na nossa jornada do Advento, enquanto nos preparamos para a vinda de Jesus no Natal. Que a realidade de Cristo Rei permeie os nossos corações hoje, enquanto continuamos a nossa jornada de fé.

Pe. Leonard Dollentas

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