Presentes de Natal

Escolha: Papel de Embrulho ou Presente?

Esperamos a chegada do Salvador, um destes dias. O “Compêndio do Catecismo da Igreja Católica” (nº 85) pergunta-nos: «Porque é que o Filho de Deus se fez Homem?» Por quatro razões conhecidas:

«Por nós homens e para nossa Salvação, pelo poder do Espírito Santo, o Filho de Deus encarnou no seio da Virgem Maria. Ele fez isso para (1) reconciliarmos pecadores com Deus, (2) para que nós apreendêssemos o amor infinito de Deus, (3) para ser o nosso modelo de Santidade, e (4) para nos “levar a comparticipar da Natureza Divina” (2 Pedro 1:4)». Falemos sobre a segunda razão.

Porque é tão importante saber que Deus nos ama? Porque só dessa forma nós seremos capazes de amar. Santo Agostinho diz-nos que não seremos capaz de amar onde não somos amados. «Quia nec diligimus, nisi prius diligamur» («Nós não amamos a menos que sejamos amados primeiro») (Santo Agostinho, Sermão 34). Uma criança nunca saberá o que significa o amor, a menos que sinta antes o amor de pai e mãe. S. João disse na sua primeira carta: «Nos diligimus, quoniam ipse prior dilexit nos» («Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro» (I João 4:19).

Na encíclica “Deus Caritas Est” (“Deus é Caridade”), o Papa Bento XVI escreveu: «Qualquer um que queira amar tem também que receber o presente do Amor. Certamente, como o Senhor nos diz, podemos tornar-nos numa fonte da qual jorrem rios de água viva (conf. João 7:37-38). No entanto, para nos tornarmos numa fonte dessa qualidade, teremos que beber amiúde da fonte original, que é Jesus, de cujo coração perfurado jorra o amor de Deus (cong. João19:34)».

A nossa tarefa é descobrir este amor de Deus. Descobrimo-lo no Natal. Descobrimo-lo quando olhamos para a Cruz. Descobrimo-lo na presença do Senhor na Eucaristia.

A beata Madre Teresa de Calcutá disse que, quando olhamos para a Cruz, vemos o quanto Deus nos amou. Quando olhamos para a Eucaristia, vemos o quanto Ele nos ama AGORA! Mas também podemos sentir esse amor em milhares de bênçãos que Ele nos envia, disfarçadas nas mais diferentes formas – bênçãos disfarçadas.

Quando recebemos presentes, o que fazemos com o papel de embrulho? Deitamos fora e desfrutamos do presente. No Natal nós recebemos um presente maravilhoso. Este presente vem embrulhado de diversas maneiras: festas, férias, boa comida, boa companhia… mas, na maior parte das vezes, confundimos o papel de embrulho com o presente. Deitamos fora o presente e guardamos o papel de embrulho. Se depois do Natal tiverem uma sensação de vazio, já sabem o que perderam.

No Natal recebemos um presente maravilhoso. S. Roberto Southwell, SJ, (1561-1595), escreveu, num poema, que Deus sabe que não existe um presente melhor para o ser humano que o próprio Deus. Quem mais pode fornecer tudo o que o Homem precisa e mais deseja? Quem, para além do Criador de todo o Universo, nos pode fazer felizes? Deus ofereceu-se a Si próprio como presente. O que lhe poderei dar a ele?

“Deus é o meu presente,

Ele deu-mo de livre vontade,

Sou o presente de Deus,

E ninguém senão Deus deverá ter-me”.

Pe. José Mario Mandía

jmomandia@gmail.com

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