Portugal

Os amigos de Carlos D’Assumpção e um atleta do Sporting em Macau.

A semana passada terminou com um evento no nosso Food Truck. Foi um Domingo diferente, a servir comida no aniversário de uma família, e seus amigos, numa moradia perto de Montemor-o-Velho. Um modo diferente de apreciarem a nossa comida e que para nós foi o reconhecer do trabalho que temos desenvolvido no último ano.

A venda de comida tailandesa em Portugal, especialmente num meio pequeno como é a Vila de Mira, é um desafio em toda a sua extensão. Desde o facto da comida ser praticamente desconhecida, ao obstáculo de tentar desmistificar o que é a comida da Tailândia. É difícil explicar que a comida tailandesa não é toda picante e que não é nada parecida com a chinesa.

Convencer pessoas de meia-idade, e mesmo os mais novos, a experimentarem algo diferente que é preciso comer sentado, é uma tarefa que pensávamos ser mais fácil. Mas a pouco e pouco as mentalidades mudam. É esse o nosso lema.

Quando estiverem a ler esta crónica já estaremos em Vila do Conde, onde decorrem as Festas da Cidade e há um evento de quatro dias dedicado apenas ao Street Food.

O Verão é assim mesmo para quem trabalha neste sector: eventos atrás de eventos. Se em 2017 passámos o Verão na Praia de Mira, este ano parece que vamos andar a saltar de um lado para o outro.

Depois do Norte ainda não temos traçado o plano para Julho, mas temos várias hipóteses em cima da mesa. Há a possibilidade de irmos a dois ou três eventos no Algarve, mais concretamente em Portimão, Alvor e Lagos. Ou então ficarmos mais pelo Centro e Norte, ou irmos até Espanha.

Hoje, no regresso a casa, acabei por ter uma surpresa adicional. Quando parámos para reencontrar a nossa filha, que havia ficado com os avós na noite anterior para que os pais pudessem ir trabalhar, qual não foi o meu espanto ao ver um amigo que já não tinha o prazer de encontrar desde os tempos de escola.

Temos mantido contacto, especialmente agora por meio das redes sociais, mas os destinos trocaram-nos os caminhos. Ele seguiu o desporto, tornando-se num dos atletas de alta competição mais conhecidos de Portugal – recentemente sagrou-se, mais uma vez, campeão nacional pelo Sporting – e eu enveredei por uma vida profissional em Macau.

Depois dos normais cumprimentos e das palavras do costume sobre o tempo que passámos sem nos vermos, falámos da sua passagem por Macau em 2006, aquando dos Jogos da Lusofonia e do seu segundo lugar na Meia-Maratona de Macau.

Tenho acompanhado o seu percurso à distância e os meus pais também me vão mantendo actualizado sobre o que com ele se vai passando. Para minha surpresa, também o vão colocando ao corrente da minha vida, pois sabia muito bem do meu percurso em Macau, da minha saída do território para dar início a uma volta ao mundo, e que tenho intenções de a terminar assim que houver oportunidade e saúde. Sabia igualmente da nossa aventura no mundo da culinária, tendo logo prometido que no final da EDP Running Wonders, em Guimarães, no próximo Domingo, irá passar por Vila do Conde para estar connosco e jantar na nossa Food Truck com a namorada.

Mas o que mais me deixou perplexo foi que em 2006, quando esteve em Macau para participar nos Jogos da Lusofonia, como tinha deixado o meu contacto em Portugal, perguntou por mim a outra pessoa que conhecia e esta disse-lhe que não sabia se eu ainda estava no território. Convencido que eu já não estivesse em Macau, passou pela RAEM sem ter contactado comigo. Na época, lembro-me que tentei contactá-lo através da Comitiva Portuguesa, mas não foi possível.

O caso deste amigo não é único. Anteriormente, numa visita do antigo Primeiro-Ministro José Sócrates, um ex-colega de curso, na altura operador de câmara da SIC, esteve em Macau incluído na comitiva oficial; tentou contactar-me através da mesma pessoa e foi-lhe dito que já não estaria no território. Isto foi em 2007! Quando em Lisboa me contou esta história – estávamos em 2010 – rimo-nos.

Só posso deduzir que a minha estada em Macau deixou alguém com muita coceira. Agora deve andar mais descansado porque finalmente tem a certeza que estou fora.

Dá pena ver pessoas a comportarem-se desta maneira. Pessoalmente, durante a minha permanência no Oriente, quando alguém me perguntava por um amigo ou conhecido, procurava sempre tentar ajudar e colocar as pessoas em contacto. Simpatizasse, ou não, com a outra pessoa. Trata-se de um acto de gentileza que deixa transparecer a natureza de cada um.

A terminar, e para que a nota não seja negativa, é de salientar que no evento de aniversário em Montemor-o-Velho fiquei a conhecer uma família, proveniente de Angola, que conhecia bem o doutor Carlos D’Assumpção e restante família. Não entrámos em pormenores, mas deu para perceber que guardavam as melhores recordações dos tempos que ambas partilharam nas praias da Figueira da Foz e na aldeia de Santana. Têm pena por o doutor Carlos D’Assumpção nunca ter tido a oportunidade de concretizar o sonho de se reformar e ficar a viver na casa que comprou na Figueira da Foz perto do mar.

João Santos Gomes

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