MOÇAMBIQUE CONTINUA A SOFRER VIOLÊNCIA TERRORISTA

MOÇAMBIQUE CONTINUA A SOFRER VIOLÊNCIA TERRORISTA

Líderes religiosos de Pemba denunciam crise

Os líderes religiosos da Província de Cabo Delgado, no Norte de Moçambique, emitiram na passada terça-feira uma declaração conjunta para denunciar a crise pela violência terrorista na região, particularmente em Pemba.

“A província encontra-se numa crise humanitária profunda, causada pela violência terrorista, em uma regressão dos indicadores de desenvolvimento integral também agravada pelas consequências das medidas restritivas de prevenção contra a pandemia de Covid-19”, refere o texto, enviado à Agência ECCLESIA.

Cabo Delgado é palco, há mais de quatro anos, de ataques de rebeldes armados, alguns dos quais associados ao auto-intitulado “Estado Islâmico”.

A posição dos líderes religiosos rejeita que sejam atribuídos “actos terroristas à religião muçulmana e qualquer afirmação que associe tais actos aos princípios do Islão”.

“Repudiamos e distanciamo-nos dos actos e das pessoas que deturpam as doutrinas religiosas para justificarem qualquer tipo de violência”, pode ler-se.

O conflito já provocou mais de três mil e 100 mortes e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades locais e organizações internacionais.

As comunidades religiosas mostram-se disponíveis para “colaborar com o Governo, as instituições e organizações do bem dedicadas à causa do estabelecimento da Paz na Província de Cabo Delgado”.

“Declaramos a nossa forte união perante qualquer ameaça de ruptura e o nosso unânime repúdio aos actos terroristas e extremistas, assim como o nosso compromisso para caminharmos lado a lado em prol da paz e da fraternidade”, indicam os responsáveis cristãos e muçulmanos.

A posição conjunta enumera vários “factores preocupantes” para a população, como “as desigualdades sociais que a província atesta historicamente, o elevado índice de analfabetismo, a crise de valores ético-morais e as polarizações étnicas e religiosas”.

Os signatários apelam a uma visão positiva da religião, demarcando-se da violência e dos preconceitos, defendendo que a sociedade dialogue “de forma franca, aberta, honesta e inclusiva”.

A declaração pede que se difundam mensagens que “desencorajam a adesão ao extremismo e a quaisquer tipos de violência”.

O texto sublinha ainda a necessidade de acompanhar os adolescentes e jovens que sofreram o impacto da violência, “para alcançar sua reconciliação e reinserção social”.

In ECCLESIA

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *