Fundação AIS alerta: liberdade religiosa está mais ameaçada do que nunca
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) apresentou, no dia 21de Outubro, o Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo 2025 e alertou que este “direito fundamental está mais ameaçado do que nunca”, sendo que dois terços da população mundial “estão expostos à discriminação ou perseguição”.
“A situação está pior. No anterior relatório, a população atingida pela perseguição ou discriminação andava à volta dos 4,9 mil milhões de pessoas, agora já está nos 5,4 mil milhões. E os países que estão identificados, como havendo perseguição ou discriminação, eram 61 e agora são 62”, disse Paulo Aido, em entrevista à Agência ECCLESIA.
O entrevistado, jornalista do secretariado português da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, observou que são países com “uma população muito distante”, e com uma realidade que “não afecta directamente” os cidadãos de outros países no seu quotidiano, mas que “está a acontecer agora”. Em muitos lugares do mundo “há milhares de pessoas que estão impedidas de professar a sua fé” e que estão impedidas de “viver a sua cidadania plena” por causa da perseguição religiosa, como, por exemplo, os cristãos, que “é a comunidade religiosa mais perseguida do mundo”.
Segundo a Ajuda à Igreja que Sofre, terços da população mundial “representa quase 5,4 mil milhões de pessoas. São mães, pais e filhos, cuja liberdade, segurança e até mesmo a vida estão em risco. Destas, mais de 4,1 mil milhões de pessoas, que vivem em 24 países, sofrem as mais graves violações da liberdade religiosa, classificados como perseguição – estes casos incluem agressão, rapto, prisão e morte”.
A Fundação AIS em Portugal lançou o Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo 2025 no Centro Nacional de Cultura, em Lisboa. Para a apresentação, foi convidado o comentador e analista político Nuno Rogeiro.
Paulo Aido defendeu que primeiro “é importante perceber”, ter noção da realidade da perseguição religiosa e, depois, “é necessário agir”. Nas sociedades modernas os cidadãos “estão normalmente mobilizados para defenderem inúmeras causas”, mas a causa da liberdade religiosa, “que é um direito fundamental da humanidade, parece ficar para um segundo plano”.
“Como se a liberdade religiosa, a prática religiosa, fosse algo de somenos na vida das comunidades, na vida das pessoas, e não o é. Como costumamos dizer na Fundação AIS, quando não há liberdade religiosa num país ou numa determinada região, não há liberdade de todo”, acrescentou o jornalista.
No que respeita a acções práticas, o entrevistado salientou que é necessária “a consciencialização e a mobilização das pessoas” para se poder, de alguma forma, alterar a actual situação.
No contexto do novo relatório sobre liberdade religiosa, publicado pela primeira vez em 1999, Paulo Aido alertou para “numerosos incidentes contra espaços cristãos, contra igrejas e contra paróquias”, no espaço ocidental, como por exemplo na Europa, em que “cada vez mais é difícil assumir, no espaço público, valores cristãos”.
A apresentação do Relatório contou com a participação do patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, que presidiu a Missa pelos cristãos perseguidos, na igreja da Encarnação, no bairro do Chiado.
In ECCLESIA

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