TRABALHOS DE 0.38 ESTÃO EXPOSTOS EM ODIVELAS

TRABALHOS DE 0.38 ESTÃO EXPOSTOS EM ODIVELAS

Coronavírus suspende mostra itinerante do artista macaense

A crise de saúde pública resultante da pandemia do novo coronavírus trocou os planos ao Centro de Promoção e Informação Turística de Macau em Portugal e à Associação de Reabilitação Fu Hong. A exposição “Imagens de Macau – A Visão Pessoal de 0.38”, da autoria de Leong Ieng Wai, devia percorrer várias cidades portuguesas. Devido ao Covid-19, a mostra está retida em Odivelas.

O traço fino e detalhado da obra de Leong Ieng Wai não deixa ninguém indiferente. O pormenor e a minúcia com que retrata os monumento do Centro Histórico de Macau, com que passa para o papel o ritmo frenético da cidade e com que captura o carácter eclético do território, fizeram do jovem artista um dos mais badalados embaixadores artísticos da RAEM da actualidade.

Utente da Associação de Reabilitação Fu Hong, Leong – que dá vida às suas obras com o pseudónimo de 0.38 – foi convidado para expor os seus trabalhos na Câmara Municipal do Porto, no âmbito das celebrações do 20º aniversário do regresso de Macau à soberania chinesa.

Depois da cidade do Porto, onde esteve patente ao público entre 12 de Março e 24 de Abril do ano passado, a exposição “Imagens de Macau – A Visão Pessoal de 0.38” devia este ano ganhar um segundo fôlego, mas a crise de saúde pública estragou os planos aos promotores da iniciativa. «Fizemos uma exposição em Portugal, na Câmara Municipal do Porto, no ano passado. Estava planeada a possibilidade dessa exposição se transformar numa exposição itinerante, passando por vários espaços em Portugal», explicou Fátima dos Santos Ferreira, em declarações a’O CLARIM. «A crise de saúde pública acabou por nos estragar os planos. Neste momento, os trabalhos dele estão expostos em Odivelas. Mas por causa do coronavírus nem sequer houve possibilidade de haver a inauguração da exposição», acrescentou a presidente da Associação de Reabilitação Fu Hong.

Ao longo dos últimos anos, 0.38 – o pseudónimo explica-se com a fina espessura da ponta da caneta que usa nos seus trabalhos – tem alcançado um amplo reconhecimento, não obstante ser portador de deficiência profunda. Leong Ieng Wai foi distinguido com o Título Honorífico de Valor em 2018 pelo “seu extraordinário desenvolvimento pessoal” e “contributo social para a RAEM”. «Foi condecorado pelo Governo de Macau, há dois anos. Acho que foi a primeira na história das condecorações que um deficiente profundo foi condecorado», recordou Fátima dos Santos Ferreira.

Marco Carvalho

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