Filipinas com ventos de mudança

Duterte contra as oligarquias.

A vitória de Rodrigo Duterte nas eleições presidenciais das Filipinas «não foi surpresa» para Joseph Sy-Changco, professor-assistente de Marketing na Universidade de Macau (UMAC), porque «os filipinos clamavam por uma mudança drástica» na liderança do País, ao desejarem que «os benefícios do crescimento económico possam ser repartidos por todos, em vez de beneficiarem maioritariamente as elites e as oligarquias».

Para Joseph Sy-Changco, «a eleição de Rodrigo Duterte pode representar o sinal da mudança», acrescentando que a insatisfação do povo filipino é transversal «ao que sucede em muitos outros países, onde os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres».

No caso das Filipinas, de onde é natural, «os grandes negócios e a vida política são controlados por algumas famílias oligarcas», razão pela qual «o povo está cansado» e «quer que os benefícios do desenvolvimento sejam extensíveis a todas as regiões do País, em vez de estarem maioritariamente concentrados em Metro Manila».

Quem também deposita renovadas esperanças no Presidente eleito é Ronald Bartolome, sócio-gerente dos restaurantes “La Cucina Italiana”, um na ilha da Taipa e outro no distrito de Wanchai, em Hong Kong. «As pessoas têm grande esperança que Duterte mude o sistema e combata as oligarquias. Daí ter conseguido uma votação por números esmagadores. Espero que cumpra com as promessas da campanha [eleitoral]», sublinhou.

«Penso que os filipinos querem a mudança por causa da corrupção, das oligarquias… A mudança é o mais importante! Estão felizes por saber que alguém tem vontade de combater um sistema muito corrupto. É preciso ver como irão estar as coisas cem dias depois de tomar posse. Agora é esperar para ver», salientou Ronald Bartolome, adiantando que «para mudar o sistema é preciso alguém com carácter muito forte», característica que «assenta bem» no sucessor do ainda Presidente “Noynoy” Aquino.

Para Javier Cuervo, professor-assistente de Gestão de Empresas na UMAC, será errado apelidar Rodrigo Duterte de “Donald Trump da Ásia”, por causa do seu discurso algo inflamado. «São pessoas bastante diferentes. Duterte tem uma longa carreira política. Serviu mais de vinte anos como “mayor” de Davao City. Luta contra a corrupção e é a favor da defesa dos pobres. Trump é um homem de negócios que entrou para a política activa e ainda não desempenhou um cargo de relevo. É preciso ver que os discursos de ambos são diferentes no conteúdo e no contexto», assinalou Javier Cuervo.

PEDRO DANIEL OLIVEIRA

pedrodanielhk@hotmail.com

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