FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA CELEBRADA NAS IGREJAS DE MACAU ESTE DOMINGO

FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA CELEBRADA NAS IGREJAS DE MACAU ESTE DOMINGO

Novena e Terço “junta” fiéis de língua portuguesa

Uma parte significativa da comunidade católica mundial – Macau não é excepção – está desde o passado dia 2 de Abril (Sexta-feira Santa) a recitar a novena e o terço da Divina Misericórdia, uma devoção dada por Nosso Senhor à Irmã Faustina Kowalska, conhecida como “Apóstola da Divina Misericórdia”, pela missão e revelações que recebeu de Jesus para toda a Humanidade, e que a religiosa deixou escritas num Diário, hoje publicado em várias línguas. A Festa da Divina Misericórdia celebra-se no primeiro Domingo após o Domingo de Páscoa, a pedido do próprio Senhor Jesus. Foi universalmente instituída pelo Papa João Paulo II, a 23 de Maio de 2000.

Em Macau, grande parte da comunidade católica de língua portuguesa participa na novena celebrada pelo padre Daniel Ribeiro, que está disponível no seu canal do YouTube (padre Daniel Ribeiro, SCJ), sendo também partilhada em grupos do WhatsApp.

A novena sucede o terço da Divina Misericórdia, que Jesus pediu que fosse recitado às três horas da tarde, momento do culminar da Sua Paixão e Misericórdia. O terço foi ditado por Jesus à Irmã Faustina, nos dias 13 e 14 de Setembro de 1935, em Vilnius, actual capital da Lituânia.

Religiosa, Santa Faustina Kowalska (1905-1938) desde jovem teve experiências místicas. Nasceu no dia 25 de Agosto de 1905, em Cracóvia, sendo a terceira de dez filhos de uma família pobre, mas piedosa, residente numa aldeia polaca, Glogowiec. É conhecida como a mensageira da Divina Misericórdia pelas revelações que recebeu, nas quais Jesus lhe mostrou o Seu coração, a fonte da Sua Misericórdia. “Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores” (Diário, 699), revelou Jesus a Santa Faustina, pedindo-lhe pois a “Festa da Misericórdia” que a Igreja sempre celebra no primeiro Domingo após a Páscoa, cumprindo-se assim as indicações da Santa.

A Festa da Divina Misericórdia foi instituída pelo Papa João Paulo II, através de um Decreto de 23 de Maio de 2000, da Sagrada Congregação do Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos; foi modificada a denominação de “Segundo Domingo de Páscoa” para “Domingo da Divina Misericórdia”. O então Pontífice anunciou, aquando da canonização da Irmã Faustina Kowalska – também ela polaca como João Paulo II –, no dia 30 de Abril de 2000: «Em todo o mundo, o Segundo Domingo de Páscoa receberá o nome de Domingo da Divina Misericórdia. Um convite perene para o mundo cristão enfrentar, com confiança na benevolência divina, as dificuldades e as provas que esperam o género humano nos anos que virão». Na mesma homilia, o agora Santo João Paulo II deixou um apelo à confiança na misericórdia do Senhor: «Jesus disse à Irmã Faustina: “A humanidade não encontrará paz, enquanto não se voltar com confiança para a misericórdia divina” [Diário, 300]. A mensagem de misericórdia divina é assim, implicitamente, também uma mensagem sobre o valor de todo o homem. Toda a pessoa é preciosa aos olhos de Deus; Cristo deu a vida por cada um; o Pai dá o seu Espírito a todos, oferecendo-lhes o acesso à Sua intimidade. Quantas almas já foram consoladas pela invocação “Jesus, confio em Ti”, que a Providência sugeriu através da Irmã Faustina! Hoje, ao fixarmos contigo o olhar no rosto de Cristo ressuscitado, fazemos nossa a tua súplica de confiante abandono e dizemos com firme esperança: Jesus Cristo, confio em Ti! “Jezu, ufam tobie!”».

João Paulo II dedicou uma das suas encíclicas à Divina Misericórdia, Dives in Misericordia. Neste encíclica, Karol Wojtyla lembra-nos que os acontecimentos da Sexta-feira Santa e, antes ainda, a oração no Getsémani, introduzem uma mudança fundamental em todo o processo de revelação do amor e da misericórdia, na missão messiânica de Cristo.

O Papa Bento XVI enviou uma carta à Conferência Episcopal da Polónia, por ocasião do centenário do nascimento do seu predecessor, João Paulo II; documento do qual o portal de notícias “Vatican News” retirou algumas palavras, dando-as a conhecer ao grande público. Trata-se de uma passagem sobre o coração misericordioso de João Paulo II e a misericórdia de Deus: “Toda a vida do Papa foi centrada sobre este propósito de aceitar subjectivamente como seu o centro objectivo da fé cristã – o ensinamento da salvação – e consentir aos outros aceitá-lo. Graças a Cristo ressuscitado, a misericórdia de Deus é para todos (…) todos devem saber que a misericórdia de Deus acabará por se revelar mais forte do que a nossa fraqueza”.

A HORA DA DIVINA MISERICÓRDIA

Em Outubro de 1937, em Cracóvia (Polónia), Jesus Cristo recomendou que fosse honrada a hora da Sua morte e que ao menos por um instante de oração se recorresse ao valor e aos méritos da Sua paixão. No Diário da Irmã Faustina, Jesus deixa-nos o apelo: “às três horas da tarde, implora à Minha misericórdia especialmente pelos pecadores e, ao menos por um breve tempo, reflecte sobre a Minha Paixão, especialmente sobre o abandono em que Me encontrei no momento da agonia. Esta é a Hora de grande misericórdia para o Mundo inteiro. Permitirei que penetres na Minha tristeza mortal. Nessa hora nada negarei à alma que Me pedir pela Minha Paixão…”, (Diário, 1320). “Que todas as vezes que ouvires o bater do relógio, às três horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha misericórdia, adorando-A e glorificando-A. Implora a onipotência dela em favor do Mundo inteiro e especialmente dos pobres pecadores. (…) Nessa hora, conseguirás tudo para ti e para os outros. Nessa hora, realizou-se a graça para todo o Mundo: a misericórdia venceu a justiça. (…) Se não puderes sequer ir à capela, recolhe-te em oração onde estiveres, ainda que seja por um breve momento. Exijo honra à Minha misericórdia de toda criatura”, (Diário, 1572). “A fonte da Minha misericórdia foi na cruz aberta com a lança para todas as almas, − não excluí a ninguém”, (Diário, 1182).

A IMAGEM DE JESUS MISERICORDIOSO

Plock, Polónia, 22 de Fevereiro de 1931. A Irmã Faustina relata no seu Diário que de noite, quando se encontrava na sua cela (do convento onde habitava), viu Nosso Senhor vestido de branco: “Uma das mãos erguida para a bênção, e a outra tocava-Lhe a túnica, sobre o peito. Da túnica entreaberta sobre o peito saíam dois grandes raios, um vermelho e o outro pálido” (Diário, 47). Em silêncio, Faustina contemplava o Senhor; a sua alma estava cheia de temor, mas também de grande alegria. De seguida, Jesus disse-lhe: “Pinta uma imagem de acordo com o modelo que vedes, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós”. E continuou: “Prometo que a alma que venerar esta imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na terra, a vitória sobre os inimigos e, especialmente, na hora da morte. (…) Desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa imagem, que pintarás com o pincel, seja benta solenemente no primeiro Domingo depois da Páscoa, e esse Domingo deve ser a Festa da Misericórdia. Desejo que os sacerdotes anunciem essa Minha grande misericórdia para com as almas pecadoras. Que o pecador não tenha medo de se aproximar por Mim”.

Num mundo cada vez mais agitado e em convulsão, em qualquer circunstância que nos encontremos, recorramos ao Senhor com confiança: Jesus, eu confio em Vós! – “Jezu, ufam tobie!”.

Miguel Augusto

com Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso e acidigital.

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