CAMPANHA DE ANGARIAÇÃO DE FUNDOS CONTINUA EM VIGOR
A Universidade de São José está em negociações com a Direcção dos Serviços do Ensino Superior para que os seus estudantes estrangeiros, afectados pela pandemia do Covid-19, possam ser abrangidos por apoios do Governo. A informação foi avançada a’O CLARIMpor Álvaro Barbosa.
O vice-reitor da USJ disse a’O CLARIMque o Fundo de Gestão de Crises criado pela universidade católica do território, no início de Abril, já ajudou alguns dos alunos da instituição a contornar a situação de grande vulnerabilidade financeira em que se encontravam. «Houve uma primeira fase de contribuições que já foi operacionalizada. Com o dinheiro que as pessoas, nesse primeiro momento, doaram, demos assistência a um grupo de alunos da Universidade que tinham necessidades imediatas», explicou o responsável. «A conta, no entanto, continua aberta e continuamos a receber donativos porque o montante angariado não é suficiente para resolver alguns dos problemas de fundo com que estes alunos ainda se deparam, nomeadamente no que diz respeito ao pagamento das propinas», acrescentou Álvaro Barbosa.
O impacto da crise de saúde pública que afecta, desde há mais de três meses, a economia da RAEM, começa também a prejudicar os alunos locais que estudam na instituição. Alguns perderam capacidade financeira devido à pandemia do Covid-19, referiu o vice-reitor da USJ: «Somos uma Universidade com propinas, uma Universidade privada e muitos dos nossos estudantes trabalham e estudam ao mesmo tempo. São eles que sustentam os seus próprios estudos e alguns começam a sentir algumas dificuldades em termos laborais. Muitos deles têm trabalhos em “part-time” e essa oferta, por não ser estruturante, é a primeira a ser retirada do mercado».
As dificuldades em que se encontram muitos dos alunos, quer locais quer estrangeiros, levou a Universidade de São José a pedir ajuda à Direcção dos Serviços do Ensino Superior (DSES), revelou ainda Álvaro Barbosa. «O Fundo de Gestão de Crises é uma forma de atender a estas dificuldades, mas também estamos a trabalhar com a DSES no sentido de vermos se conseguimos algum apoio para alunos internacionais e não só – para alunos de Macau também, que possam vir a ter grandes dificuldades no futuro próximo», adiantou.
«O contacto que temos tido com a Direcção dos Serviços do Ensino Superior é positivo, mas eles têm que encontrar uma forma de canalizar esse apoio dentro dos mecanismos que existem do Governo e que são canalizados mais estritamente para o apoio aos alunos locais. Eles estão a tentar o enquadramento legal que lhes permite fundamentar essa ajuda. Acreditamos, ainda assim, que esse apoio vai ser concedido», concluiu Álvaro Barbosa.
Marco Carvalho