TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (157)

TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (157)

Quem inventou o Casamento?

Não foi a sociedade nem a Igreja que inventaram o Casamento. Foi Deus quem o planeou desde o momento em que criou os nossos Primeiros Pais. O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC) refere no ponto 337: “Deus, que é amor e criou o homem por amor, chamou-o a amar. Criando o homem e a mulher, chamou-os, no Matrimónio, a uma íntima comunhão de vida e de amor entre eles, «de modo que já não são dois, mas uma só carne» (Mt., 19,6). Abençoando-os, Deus disse-lhes: «sede fecundos e multiplicai-vos» (Gn., 1,28)”.

Na Audiência Geral de 9 de Janeiro de 1980, o Papa João Paulo II disse acerca das “nupciais” (do Latim nuptialis– “casamento” ou “matrimónio”): “Quando Deus Javé diz que não é conveniente que o homem esteja só (Gen., 2, 18), afirma que ‘sozinho’ o homem não realiza totalmente esta essência. Apenas a realiza existindo ‘com outrem’ – e ainda mais profunda e completamente extinto ‘para outrem’”.

Quando dizemos que o Casamento é uma instituição natural, tal significa que é da natureza humana, ou seja, que é parte integrante da vida humana que pode ser encontrada em todas as culturas; que os princípios que a regem abrangem não só católicos ou cristãos, mas todos aqueles que no mundo se autodenominam seres humanos.

Para que esta união? O ponto 338 do CCIC explica a dupla finalidade do Casamento: “A união matrimonial do homem e da mulher, fundada e dotada de leis próprias pelo Criador, está por sua natureza ordenada [1] à comunhão e ao bem dos cônjuges e [2] à geração e bem dos filhos. Segundo o desígnio originário de Deus, a união matrimonial é indissolúvel, como afirma Jesus Cristo: «O que Deus uniu não o separe o homem» (Mc., 10,9)”.

CASAMENTO ENQUANTO SACRAMENTO –Porém, Deus que deu ao homem a vocação para ser santo, quis conceder-lhe os meios pelos quais ele pode santificar o Casamento e a vida familiar. Assim sendo, Deus elevou esta aliança natural entre o homem e a mulher ao nível sobrenatural, “à dignidade de sacramento” (Catecismo da Igreja Católica nº 1601).

O Papa Francisco, na Audiência Geral de 2 de Abril de 2014, afirmou: “Quando um homem e uma mulher celebram o sacramento do Matrimónio, Deus, por assim dizer, ‘espelha-se’ neles, imprime neles os seus lineamentos e o carácter indelével do seu amor. O matrimónio é o ícone do amor de Deus por nós. Com efeito, também Deus é comunhão: as três Pessoas do Pai, Filho e Espírito Santo vivem desde sempre e para sempre em unidade perfeita. É precisamente nisto que consiste o mistério do Matrimónio: dos dois esposos Deus faz uma só existência. A Bíblia usa uma expressão forte e diz ‘uma só carne’, tão íntima é a união entre o homem e a mulher no matrimónio! Eis precisamente o mistério do matrimónio: o amor de Deus reflecte-se no casal que decide viver junto. Por isso, o homem deixa a sua casa, a casa dos seus pais, e vai viver com a sua mulher, unindo-se tão fortemente a ela que os dois se tornam – reza a Bíblia – uma só carne”.

Sabemos que os Sacramentos são sinais visíveis que dão graça. Através do Sacramento do Matrimónio, marido e mulher recebem a graça que os capacita a praticar não só as virtudes humanas, mas também as sobrenaturais da fé, esperança e caridade. Estas virtudes são necessárias para a entrega mútua do marido e da esposa no Casamento e para a vida familiar que nasce dessa doação de si mesmo.

Pe. José Mario Mandía

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