TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (134)

TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (134)

O que os sacrifícios do Antigo Testamento nos dizem sobre a Santa Missa?

«Sem derramamento de sangue não pode haver absolvição! (Hebreus 9:22)». O derramamento de sangue está associado ao sacrifício. Assim sendo, sem sacrifício não há perdão dos pecados. Um sacrifício é um acto de expiação.

Os sacrifícios também são acções ou actos de adoração, de acção de graças ou de solicitação/pedidos.

O que queremos dizer com “sacrifício”? Segundo a Enciclopédia Católica, este acto é “a oferta de um presente sensorial à Divindade como uma manifestação externa da nossa veneração a Ele, e com o objectivo de alcançar a comunhão com Ele. No entanto, falando de forma rigorosa, esta oferenda não se transforma em sacrifício até que uma alteração real tenha acontecido por ocasião da oferta (por exemplo, em passagens como: matou-o, derramando o Seu sangue. Queimou-o, derramando o Seu sangue)”.

Quase todas as religiões, à excepção do Budismo (que proíbe a morte de animais) e do Protestantismo, incentivam, alimentam ou potenciam, um qualquer tipo de sacrifício. Nas culturas antigas eram oferecidos sacrifícios, sendo hoje muito frequente lermos passagens ocorridas em países (muitos deles então territórios) como a Índia, Grécia, Roma Antiga, China e Egipto, para além das tradições que ainda hoje perduram (algumas entretanto ilegalizadas) entre os ameríndios, os semitas, etc.

Para quem não quiser perder muito tempo, basta ler algumas passagens no Livro de Levítico, na Bíblia Sagrada, para ter uma ideia dos diferentes sacrifícios oferecidos pelos judeus no Antigo Testamento. Estes sacrifícios são a imagem do único sacrifício que o Messias estabelecerá no Novo Testamento: a morte Dele próprio, o Messias, Jesus Cristo, Filho de Deus.

PÃO E VINHO

O Catecismo da Igreja Católica refere, no ponto 1334: “Na Antiga Aliança, o pão e o vinho são oferecidos em sacrifício entre as primícias da terra, em sinal de reconhecimento ao Criador”.

Especialmente significativa foi a oferta feita por Melquisedeque: «Então Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, trouxe pão e vinho(Génesis 14:18)». A carta aos Hebreus dizia que Cristo é um «sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque(Hebreus 5:10)».

PÁSCOA DOS JUDEUS

O sacrifício do Cordeiro Pascal e da refeição da Páscoa, descrito em Êxodo 12, é um símbolo do futuro sacrifício e do banquete que Jesus Cristo instituirá.

O Catecismo da Igreja Católica explica, no ponto 1340, que este e outros símbolos são trazidos à realidade, não apenas no Novo Testamento mas também na vida futura: “Celebrando a última ceia com os seus Apóstolos, no decorrer do banquete pascal, Jesus deu o seu sentido definitivo à Páscoa judaica. Com efeito, a passagem de Jesus para o seu Pai, pela sua morte e ressurreição – a Páscoa nova – é antecipada na ceia e celebrada na Eucaristia, que dá cumprimento a Páscoa judaica e antecipa a Páscoa final da Igreja na glória do Reino”.

PROFECIAS DE MALAQUIAS

Há uma passagem no livro do profeta Malaquias (1:10-11) em que Deus diz aos padres levitas: «[10]“Ah, se houvesse uma pessoa entre vós que fechasse as portas do Templo! Assim ao menos não acenderia o fogo do meu Altar inutilmente. Afinal, não tenho em vós o menor prazer”, afirma Yahwehdos Exércitos, “e não aceitarei as vossas ofertas desse jeito! [11]Pois do Oriente ao Ocidente, grande é o meu Nome entre as nações. Em toda parte incenso especial é queimado e ofertas puras são trazidas em adoração ao meu Nome, porquanto‘gâdôl, grande será o meu Nome entre todas as nações da terra!”, declara o SENHOR dos Exércitos».

O Senhor disse várias coisas nesta passagem: quanto às ofertas dos levitas e aos sacrifícios impostos pela Antiga Lei, estipulou que os sacrifícios fossem rejeitados (versículo 10).

Mais: o Senhor fala de um sacrifício ou oferta (Nova Vulgata, excerto do versículo 11: “sacrificatur et offertur nomini meo”). Ora, este sacrifício ou oferta não está limitado a um tempo específico (“desde o nascer do Sol até ao Sol posto”) ou lugar (“em todos os lugares”); ele é praticado não apenas pelos judeus, mas por todos os povos e nações. Observe-se que a mesma linha é proferida duas vezes no versículo 11: «grande será o meu Nome entre todas as nações da terra».

Pe. José Mario Mandía

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