D. Stephen Lee lançou repto na tomada de posse

União com o Papa e a China.

D. José Lai entregou o báculo a D. Stephen Lee e com ele a responsabilidade de liderar uma diocese com 440 anos de história. A testemunhá-lo estiveram centenas de fiéis que responderam afirmativamente à chamada. Agora como dantes, o rebanho volta a estar com o pastor, seguindo-o para todo o lado. Foi esse o compromisso que se ouviu dos representantes dos sacerdotes e dos leigos. O novo prelado aceitou a dádiva e pediu a união da Igreja com o Papa e a China.

D. Stephen Lee tomou posse no passado sábado (23 de Janeiro) como bispo de Macau, em cerimónia religiosa celebrada na igreja da Sé Catedral, local que se tornou pequeno para acolher as várias centenas de fiéis que quiseram participar em tão significativo momento para a Igreja em Macau.

D. José Lai esperou D. Stephen Lee à porta da Sé e acompanhou-o até ao altar, ao som dos sinos e de um cântico. Os dois pastores ajoelharam perante a imagem de Nossa Senhora de Fátima durante alguns segundos e depois recolheram à sacristia, onde foram aguardados por cerca de cinquenta sacerdotes e pelos acólitos. O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário – em representação do Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On – assistiu ao desenrolar dos acontecimentos, sentado em frente ao altar. Nos bancos encontravam-se o vice-presidente da Assembleia Legislativa, Lam Heong Sang, o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Vítor Sereno, a ex-presidente da Assembleia Legislativa, Anabela Ritchie, o ex-secretário para a Segurança, Cheong Kuok Va, e a ex-secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan.

O início da cerimónia deu-se com a entrada dos sacerdotes, que foram secundados por D. José Lai, D. Stephen Lee e D. Joseph Ha, bispo auxiliar de Hong Kong. Entre os convidados estavam os monsenhores Ante Jozic, Andrea Francia (ambos da Missão da Santa Sé em Hong Kong) e Paul Russel, representante do Papa em Taiwan.

D. José Lai dirigiu-se aos fiéis para sublinhar o significado e a importância da cerimónia – assinalar os 440 anos da criação da diocese de Macau a dar as boas-vindas a D. Stephen Lee – tendo colocado a tónica no papel da Diocese de «intercâmbio académico e cultural entre o Oriente e o Ocidente» e no Ano Jubilar da Misericórdia.

O padre Manuel Machado, chancelar da Diocese, leu a Bula de Nomeação, redigida pelo Papa Francisco, e mostrou-a à assembleia de fiéis, que logo de seguida testemunharam a assinatura da tomada de posse do novo bispo. O ritual encerrou com D. José Lai a entregar o báculo a D. Stephen Lee, a quem os representantes dos sacerdotes e dos leigos leram o compromisso de colaboração com o Governo da Diocese.

Já sentado na cadeira do Episcopado, D. Stephen Lee presidiu à missa, cuja homilia ficou a cargo de D. José Lai. O bispo emérito deu «graças ao Senhor pelo Ano da Misericórdia de Deus», referindo que «não é fácil ser misericordioso, embora Cristo tenha vindo até nós para dar o exemplo».

Na ocasião, D. José Lai afirmou que «somos todos templos vivos de Deus», em contraponto aos «templos de pedra» das construções feitas pelo homem, como são «as igrejas».

A concluir recordou as palavras do Papa Francisco na Mensagem de Ano Novo: «é importante dar amor ao próximo, principalmente aos mais novos. Que também a Diocese, que celebra 440 anos, seja uma luz para o mundo e nos ajude a viver o Evangelho».

Após a oração dos fiéis, D. Stephen Lee conduziu os trabalhos em Latim até à oração do Pai Nosso, findo o qual quase toda a igreja se levantou para a Comunhão.

A terminar a missa, o prelado discursou em Chinês, Inglês e Português, com as primeiras palavras a serem dirigidas aos fiéis – «obrigado pela vossa presença e pelo vosso apoio» – aos convidados de Hong Kong e aos seus familiares.

A D. José Lai agradeceu «todo o apoio» prestado, desejou-lhe «bom descanso» e pediu-lhe que «continue a rezar» pela Igreja e seus fiéis.

D. Joseph Lee sublinhou a necessidade da Igreja continuar «unida ao Papa e à China» e de todas as comunidades de Macau viverem «em comunhão». Neste ponto em particular disse respeitar a cultura portuguesa, como parte das raízes e dos costumes de Macau.

Finda a missa foram captadas fotos de grupo no altar juntamente com o representante da Igreja Anglicana em Macau e os fiéis dirigiram-se para o Paço Episcopal onde falarem pela primeira vez com D. Stephen Lee e prestaram cumprimentos a D. José Lai.

José Miguel Encarnação

jme888@gmail.com

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *