MISSIONÁRIAS DE NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO

MISSIONÁRIAS DE NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO

O primeiro colo

Antes de abordarmos as Missionárias de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (MPS), que são, especificamente, uma Congregação religiosa feminina, é importante notar que existem várias instituições religiosas e de caridade sob a invocação de “Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”.

As MPS são uma Congregação de carácter missionário, fundada no México a 17 de Setembro de 1934. Nasceu da iniciativa conjunta de um sacerdote redentorista espanhol, o padre Agustín Nistal García, CSsR, e de uma catequista mexicana, María Teresa Rivera Carrillo, que se tornaria a primeira Superiora-geral. Desde o início, o carisma definido pelos fundadores foi o de seguir Cristo Redentor, segundo o espírito redentorista, anunciando a Boa Nova, sobretudo aos mais pobres e abandonados, sob a protecção mariana de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

A constituição da Congregação sublinha explicitamente a continuação da “acção redentora” de Cristo, irradiando o amor misericordioso de Deus no contexto de uma vida consagrada feminina.

Ao longo do Século XX, a Congregação consolidou-se no México e começou a expandir-se para outros países das Américas, da Ásia e, mais tarde, para contextos de diáspora latino-americana. O crescimento fez-se com comunidades dedicadas à Pastoral paroquial, Catequese, Educação, promoção humana e animação de missões populares, quase sempre em estreita ligação com os padres redentoristas e com santuários marianos.

Actualmente, as MPS estão presentes, entre outros cenários de missão, no México, Guatemala, El Salvador, Venezuela, Estados Unidos, Filipinas, Índia e Macau, o que evidencia uma progressiva internacionalização da Congregação. Nas Filipinas, por exemplo, a “província” foi erigida em 1982 e desenvolveu um noviciado próprio, com renovação e profissão perpétua dos votos de irmãs locais, o que revela a passagem de um modelo importado para uma implantação enraizada.

Do ponto de vista vocacional, as Missionárias de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro insistem em ver cada irmã como um “dom” e dedicam parte importante do seu trabalho interno à oração e promoção de vocações, o que é típico de Congregações missionárias que se expandem para vários países e culturas. Na prática, tal se traduz por comunidades pequenas inseridas em paróquias, colégios, centros de missão ou obras sociais.

A presença em Macau é posterior à fundação e está ligada ao processo de renovação e diversificação da vida religiosa que marcou o território no Século XX. Fontes locais referem que o bispo de Macau, D. Paulo José Tavares (bispo entre 1961 e 1973), acolheu as MPS em 1966, no contexto de um esforço mais amplo de revitalização pastoral que também abrigou outros movimentos e Congregações, como as Filhas de São Paulo, a título de exemplo.

À época, as MPS foram convidadas para gerir a direcção do Infantário Avé Maria. Hoje, mantêm uma comunidade estável na RAEM: desenvolvem a sua actividade em creches, participam na pastoral local, na Catequese e em celebrações ligadas à sua padroeira.

Muitas vezes é feita referência às “Irmãs Mexicanas”, o que evidencia a continuidade do vínculo com a casa-mãe no México.

Vítor Teixeira

Universidade Fernando Pessoa

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