O Natal que se aproxima não é apenas uma celebração mais no calendário: é recordar a noite em que Deus entrou na nossa história com a humildade de uma criança deitada numa manjedoura, sem alarido.
O infinitamente grande fez-se infinitamente pequeno para que ninguém tivesse medo de se aproximar d’Ele com confiança. Em Belém, Deus tornou-se um de nós para que nós pudéssemos tornar-nos como Ele: mais humanos e mais fraternos. Mais santos.
Por tudo isso, o Natal renova a nossa esperança.
No entanto, é importante recordar que a esperança cristã não é um “final feliz” garantido, como se bastasse esperar de braços cruzados que tudo se resolva por si mesmo. A esperança que se renova em Belém exige acção, esforço e desejo concreto de progredir e melhorar.
O Natal não é um ponto de chegada, mas sim um ponto de partida. Quem verdadeiramente acolhe o Deus Menino não fica parado: torna-se peregrino, alguém que se põe a caminho em busca da verdade, sem se conformar com uma vida cómoda e um coração tíbio.
A água parada é a primeira a corromper-se, como dizia alguém. O mesmo acontece connosco: quando permitimos que a mediocridade, a preguiça ou a indiferença dominem o nosso coração, começamos a deteriorar-nos por dentro.
A maior graça que podemos pedir neste Natal é a conversão. Não se trata de nos propormos realizar “gestos heroicos”, mas de um desejo sincero de cumprir melhor a vontade de Deus nos dias – poucos ou muitos – que ainda temos nesta terra.
Menino Jesus, que este Natal seja para cada um de nós uma renovação da nossa esperança. Que a Tua luz na gruta de Belém reacenda nos nossos corações o desejo de servir, amar e caminhar contigo, cumprindo a Tua vontade. E que a esperança que Tu nos trazes não seja apenas uma formosa palavra, mas uma força que transforma a nossa vida a partir de dentro.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
Doutor em Teologia

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