MISSIONÁRIOS CLARETIANOS

MISSIONÁRIOS CLARETIANOS

Anunciadores do Evangelho

Os “Claretianos”, oficialmente Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, são uma congregação religiosa clerical de direito pontifício, subordinada ao Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

A denominação “Claretianos”, pela qual são mais conhecidos os membros da Congregação, advém do nome de família do seu fundador, Santo António Maria Claret. Na realidade, o verdadeiro nome de baptismo era Antonio María Claret y Clará, pois era catalão. Nasceu a 23 de Dezembro de 1907, em Sallent, na Catalunha (Espanha), vindo a falecer em 24 de Outubro de 1870, com 62 anos de idade, na Abadia de Fontfroide, em Narbona (França). Foi ordenado sacerdote a 13 de Junho de 1835, em Solsona. Quinze anos depois, em 1850, foi nomeado (20 de Maio) arcebispo de Santiago de Cuba (ordenado a 6 de Outubro desse ano), por D. Llucià Casadevall i Duran, bispo de Vic (1848-1852). Foi arcebispo desta arquidiocese espanhola até 20 de Junho de 1859.

Apesar de viajado, morreu em França devido a ter para aí fugido em 1869, na sequência da Revolução de Setembro de 1868, em Espanha. Refugiou-se então na Abadia de Fontfroide, onde viveu os últimos dias. Foi beatificado a 25 de Fevereiro de 1934, por Pio XI, e canonizado a 7 de Maio de 1950, por Pio XII. A sua Festa litúrgica cai a 24 de Outubro.

Antes da nomeação arquiepiscopal, fundou a congregação aqui em apreço, com mais cinco jovens sacerdotes, no dia 16 de Julho de 1849, no Seminário Maior de Vic. A Congregação foi fundada com o escopo da evangelização, do atendimento às necessidades espirituais dos seres humanos e do trabalho missionário em várias actividades apostólicas, como a pregação, o trabalho paroquial, o jornalismo e a educação. Este escopo múltiplo, que se traduz na revitalização da Igreja através do anúncio do Evangelho, fez a instituição irradiar por mais de setenta países, até aos dias de hoje.

A aprovação canónica ocorreu a 21 de Novembro de 1860, pela mão do Papa Pio IX, que aprovaria as respectivas Constituições em 1865. Em 1870 a Congregação estava plena e definitivamente instituída. O padre António Maria Claret visitou Portugal duas vezes, mas sem fundar qualquer comunidade. A Congregação chegaria a Portugal a 12 de Maio de 1898 à Aldeia da Ponte, no Sabugal (região da Beira Alta). No entanto, só o fizeram de forma organizada e plena em 1947. A Província Claretiana em Portugal foi posteriormente erigida a 16 de Maio de 1956.

E EM MACAU…

Em Macau, os claretianos chegaram em 2006, estando activos na área editorial. Têm residência junto ao Porto Interior, não longe do Cais da Ponte 9.

Os Missionários Claretianos desenvolvem actualmente várias obras apostólicas, como as missões populares, a orientação de exercícios espirituais, a administração de paróquias e a direcção de instituições de Ensino, além do professorado. A actividade editorial resulta do seu apostolado da escrita, com várias publicações em todo o mundo, no âmbito do múnus missionário.

A história claretiana foi também feita de dor e sangue, com a perseguição e o martírio de sacerdotes durante a Revolução Mexicana (1927) e a Guerra Civil de Espanha (1936), registando-se um grande número de mártires (nesta última, 109 religiosos, dos quais 51 noviços).

A espiritualidade claretiana, para além do seu cristocentrismo e zelo apostólico, tem a singularidade da devoção ao Imaculado Coração de Maria, reconhecida como Mãe e Formadora pela Congregação. Nesta, a missão é animada e vivida nas três dimensões eclesiásticas dos seus membros: presbíteros, irmãos (religiosos leigos) e diáconos.

Vítor Teixeira

Universidade Fernando Pessoa

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