A família é o lugar onde se nasce, vive e morre de maneira natural. É o espaço de vivência onde as pessoas são queridas, não pelo que têm ou fazem mas pelo que são.
A família é a nossa própria empresa, a primeira, a que tem de ter a cotação mais alta na bolsa dos nossos valores, logo é nela que temos de investir a maior parte do nosso capital, do nosso esforço e, naturalmente, do nosso tempo.
Os pais modernos, para além de todos os requisitos indispensáveis e necessários, têm de ter também uma agenda e esta tem de estar tão afectivamente organizada que não pode faltar tempo para “gastar” com o cônjuge, com os filhos e todos os restantes elementos que da família fazem parte – tempo para amar, ensinar, brincar, ajudar e aprender a amar mais ainda.
Paciência, pais! É de profunda sabedoria entender que para tudo há um tempo e o que se dedica aos filhos é uma jóia preciosa que ficará mais valorizada com o avançar dos anos.
Toda a criança precisa de uma família mas não de qualquer família. Nela tem de haver afecto, protecção, normas, educação e também uma pitada de bom humor. Só assim se pode combater a influência negativa e perniciosa a que os nossos filhos estão sujeitos, só assim os podemos ajudar a ser felizes e a poder ajudar outros a sê-lo também.
É na família que se aprende o que são os valores, as virtudes e, sobretudo, a vivê-los.
É nela que se indicam caminhos e se advertem os perigos. Na família ensina-se a escolher o melhor e a rejeitar o que não interessa ao projecto de vida que se quer, não por ser proibido mas por ser contrário à natureza do bem que se pretende para o ser humano íntegro, racional, equilibrado e livre.
A liberdade será sempre um requisito indispensável para a educação e crescimento salutar dos filhos. Todavia, não podemos confundi-la com permissividade, laxismo, indiferença e, quiçá, libertinagem. Bom senso é a palavra de ordem, é sabedoria popular, é não embarcar no opinável, à toa, só porque há quem diga que é moda…
O mais importante na família é que haja vida de família, onde todos, para além dos seus feitios e maus feitios, gostos e desgostos, se empenhem em transformar a sua casa num lar e, de preferência, num lar luminoso e alegre para onde é sempre bom voltar, deixando lá fora as vicissitudes ou turbulências em que o quotidiano laboral e social, por vezes, nos aprisiona.
Se queremos acabar com a violência e a marginalidade de tantos jovens, comecemos por valorizar a família.
Susana Mexia
Professora