A quem Jesus disse: «Estarei sempre convosco, até ao fim dos tempos»?
Antes de Jesus ascender aos céus, Ele instruiu os Seus apóstolos (Mateus 28:19-20): «Ide e façam discípulos em todas as nações, baptizem em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo o que Eu vos ordenei; e eis que estarei sempre convosco, até ao fim dos tempos». Ele assegurou-lhes, bem como aos Seus sucessores, a Sua presença constante. Além disso, Ele prometeu-lhes que o Espírito Santo também estaria com eles (João 14:16): «E Eu rezarei ao Pai, e Ele dar-lhes-á outro Conselheiro que estará para sempre convosco».
A história do povo que Deus reunira é uma interação de elementos humanos e divinos. Por um lado, encontramos seres humanos que foram feridos e enfraquecidos pelo pecado e, por outro lado, o mais poderoso e sagrado do próprio Deus.
Quando examinamos a História da Igreja Católica através dos séculos descobrimos certas características duradoiras, entre as quais (1) consistência em todos os momentos: em todos os tempos e em todos os lugares; (2) acção missionária; (3) frutos de santidade; (4) a fraqueza humana e capacidade de recuperação.
CONSISTÊNCIA EM TODOS OS TEMPOS E EM TODOS OS LUGARES– A Igreja Católica, desde o tempo em que foi fundada por Jesus Cristo até aos presentes dias manteve a mesma fé e ensino, os mesmos sacramentos, a mesma hierarquia (através da sucessão apostólica) em todos os momentos e em todos os lugares: «Há um só corpo e um só Espírito, da mesma forma que a esperança para a qual fostes chamados é uma só; há um só Senhor, uma só fé, um só baptismo, um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos(Efésios 4:4-6)».
Ao longo dos séculos a Igreja avançou no seu conhecimento, explicação e aplicação do que Deus nos revelou. Nesse sentido, há progresso ou evolução na doutrina.
ACÇÃO MISSIONÁRIA– A Igreja recebeu uma ordem de Deus: «Ide por todo o mundo e preguei para toda a criação (Marcos 16:15; Mateus 28:19)». Saindo de Jerusalém, os crentes embarcaram na sua missão apostólica e levaram a Fé a todos os cantos do globo. Ao anunciar a Boa Nova, a Igreja adapta-se ao mesmo tempo às diferentes culturas que encontra. O povo de Deus acolhe elementos de outras culturas que estão em consonância com a natureza humana e a crença católica.
FRUTOS DE SANTIDADE– Em cada geração, a Igreja produziu santos de pessoas de todas as condições e posição social. Na Igreja, os santos têm um duplo propósito. (1) A Igreja proclama a santidade de alguns dos seus membros para servirem de exemplos para todos. (2) Ela também incentiva os seus filhos a olhar para a vida exemplar dos santos e, a partir deles, aprender como lutar contra o pecado e cooperar com a graça de Deus. Os santos dão-nos esperança. «Assim, desde que estamos rodeados por uma nuvem de testemunhas tão grande, deixemos também de lado todo peso, e pecado que se apega tão de perto, e corramos com perseverança a corrida que nos é apresentada(Hebreus 12:1)».
FRAQUEZA HUMANA E CAPACIDADE DE RECUPERAÇÃO– Os católicos baptizam-se não porque pensem que são santos. Antes pelo contrário. Os católicos sabem que são pecadores e não se podem salvar a si próprios. Foi por isso que o Papa Francisco chamou a Igreja de “Hospital de Campanha”. Está cheia de pessoas que estão espiritualmente doentes; está cheia de pecadores. Estão na Igreja porque sabem que ali podem encontrar a cura. Por esse motivo, as crises que a fraqueza e a maldade humanas trouxeram à Igreja ao longo dos séculos não a impediram de renascer de novo e recuperar a sua vitalidade: «Onde abundou o pecado, superabundou a graça, para que, assim como o pecado reinou na morte, assim também reine a graça pela justiça para outorgar vida eterna, por intermédio de Jesus Cristo, nosso Senhor(Romanos 5: 20-21)».
Pe. José Mario Mandía