Em que milagre temos de acreditar?
«Eu entrego a minha vida, para que eu possa voltar a tê-la… Eu tenho o poder de morrer, e de voltar a ter a vida de novo(João 10:17-18)». Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, morreu de livre vontade, no momento em que Ele quis morrer. E recuperou a Sua vida também no momento que quis.
O ponto 650 do Catecismo da Igreja Católica (CIC) explica: “Os Santos Padres contemplam a ressurreição a partir da pessoa divina de Cristo, que ficou unida à sua alma e ao seu corpo, separados entre si pela morte: ‘Pela unidade da natureza divina, que continua presente em cada uma das duas partes do homem, estas unem-se de novo. Assim, a morte é produzida pela separação do composto humano e a ressurreição pela união das duas partes separadas’ (São Gregório de Nissa, in A Ressurreição de Cristo)”.
Há muitos milagres na história do Cristianismo, mas acreditar – de facto e sem interrogações de qualquer espécie – no milagre da Ressurreição de Cristo é um requisito necessário para que qualquer leigo possa ser chamado de CRISTÃO. São Paulo disse: «Se Cristo não tivesse ressuscitado, então as nossas orações seriam em vão (I Coríntios 15:14)».
O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC nº 126) refere: “A Ressurreição de Jesus é a verdade culminante da nossa fé em Cristo e representa, com a Cruz, uma parte essencial do Mistério pascal”. É a verdade principal da nossa fé, a verdade pela qual muitos cristãos foram mortos. Se fosse apenas uma opinião, uma invenção ou alucinação, os cristãos teriam facilmente desistido por troca de se salvarem do martírio.
Nós, cristãos, devemos professar que a Ressurreição realmente aconteceu. E não, como alguns “teólogos” reivindicam, que só aconteceu na mente e na fé dos crentes. Os apóstolos, que não acreditaram de imediato que Jesus havia ressuscitado, tocaram em Cristo ressuscitado quando Ele lhes apareceu (João 20:24,29); Jesus comeu com os seus apóstolos (Lucas 24:36-43); Ele falou com eles por longo tempo (Lucas 24:13-35; Actos 1:34); Ele foi visto, não apenas por alguns ou por um, mas por todos os presentes (Marcos 16:14; João 24:36,50); «Uma vez Ele apareceu a mais de quinhentos dos seus irmãos(I Coríntios 15:5-6)».
“Os Apóstolos não teriam podido inventar a Ressurreição, uma vez que esta lhes parecia impossível: de facto, Jesus repreendeu-os pela sua incredulidade” (CCIC nº127).
Quais os benefícios que a Ressurreição nos trouxe? O Catecismo da Igreja Católica, entre os pontos 651 e 655, diz-nos que Jesus, ao ter ressuscitado dos mortos, (1) confirmou a nossa Fé; (2) cumpriu as profecias tanto do Antigo Testamento como as profecias do próprio Jesus; (3) confirmou que Jesus é Deus; (4) abriu uma nova vida para todos nós; e (5) é o princípio e a fonte da nossa futura ressurreição.
Ele revela-nos que se morrermos na graça de Deus seremos de novo devolvidos à vida no Dia do Juízo Final. As leituras do Evangelho desvendam-nos que, na ressurreição, Cristo é diferente do Cristo crucificado. O corpo ressuscitado de Jesus apresenta características que os seus contemporâneos não visualizaram antes da Sua morte. O CCIC (nº 129) explica porquê: “A Ressurreição de Cristo não foi um regresso à vida terrena. O Seu corpo ressuscitado é Aquele que foi crucificado e apresenta os vestígios da Sua Paixão, mas é doravante participante da vida divina com as propriedades dum corpo glorioso. Por esta razão, Jesus ressuscitado é soberanamente livre de aparecer aos seus discípulos como Ele quer, onde Ele quer e sob aspectos diversos”.
Pe. José Mario Mandía