Os Sete Sinais Sagrados, o que são?
A liturgia, através da qual o trabalho de salvação ou redenção é proclamado, celebrado e realizado, é tecida à volta de sete sinais importantes. Estes sete sinais foram dados por Deus – foram instituídos pelo próprio Jesus. Através deles, Deus deu ao homem 1– vida para a sua alma, 2– luz para sua mente e 3– força para a sua vontade. A estes sinais deu-se o nome de Sacramentos.
O que é um Sacramento? Usemos a definição constante no ponto 1131 do Catecismo da Igreja Católica e analisemo-la: “Os sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, pelos quais nos é dispensada a vida divina. Os ritos visíveis, com os quais são celebrados os sacramentos, significam e realizam as graças próprias de cada sacramento. Eles dão fruto naqueles que os recebem com as disposições requeridas”.
SINAIS– Os Sacramentos são sinais que podem ser observados, tocados e ouvidos. Da mesma maneira que Deus usou a natureza humana visível de Cristo para nos salvar e criar uma Igreja visível na terra para continuar o trabalho de Cristo, Ele também estabeleceu sinais visíveis para provar que na realidade nos concede a graça. Os Sacramentos são como assinaturas de Deus, como um certificado que nos assegura que a graça nos tenha sido dada.
Estes sinais são parte essencial dos Sacramentos; caso um esteja em falta, o Sacramento é inválido. Os sinais de cada Sacramento foram classificados tradicionalmente do seguinte modo:
1– Matéria Remota: as coisas materiais que são usadas, tais como água, óleo de bálsamo, pão e vinho;
2– Materiais Próximos: a acção que é efectuada em determinada coisa. Recorrendo ao ponto acima, pode ser, por exemplo, algo que é derramado, aplicado no corpo, e assim por diante (etc.);
3– Forma: as palavras ou fórmulas usadas em cada ministério.
EFICÁCIA DOS SINAIS– Os Sacramentos são sinais eficazes; real e positivamente incutem nas nossas almas aquilo que representam. Por exemplo, no baptismo derrama-se água na testa da pessoa baptizada. Enquanto o sacerdote pronuncia a fórmula para o baptismo, vai derramando água na pessoa. Os Sacramentos, na realidade (e não apenas simbolicamente), limpam a alma do pecado original. Os Sacramentos têm o poder de nos transformar e fazer-nos santos, de nos santificar, contanto que estejamos dispostos a recebê-los.
INSTITUÍDOS POR CRISTO– Foi o próprio Cristo quem instituiu os Sacramentos. Tal significa: 1– não pode haver nenhum novo Sacramento, uma vez que Nosso Senhor já ascendeu aos céu. Nenhuma pessoa, nem mesmo a Igreja, tem o poder de conceder poderes a certos símbolos, de forma a que esses símbolos atribuam a graça;
2– o número de Sacramentos serão sempre os mesmos até que Jesus Cristo venha de novo. Nenhuma pessoa, nem mesmo a Igreja, tem o poder de retirar qualquer dos Sacramentos estabelecidos por Jesus Cristo (CIC nº 1125).
Mas pode haver mudanças na liturgia de cada Sacramento? O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica responde, no ponto 249: “Na liturgia, sobretudo na dos sacramentos, existem elementos imutáveis, porque de instituição divina, e dos quais a Igreja é guardiã. Existem depois elementos susceptíveis de mudança, que a Igreja tem o poder, e, muitas vezes o dever, de adaptar às culturas dos diferentes povos”.
CONFIADOS À IGREJA– Assim como Jesus Cristo confiou à Igreja as verdades reveladas, também confiou à Igreja os meios de santificação, para que os valorize e os coloque sempre à disposição daqueles que deles queiram usufruir.
PARA ADORAR A DEUS– A liturgia é uma avenida de dois sentidos. Deus abençoa-nos e nós abençoamo-Lo por Seu turno. “Os sacramentos estão ordenados à santificação dos homens, à edificação do corpo de Cristo e, por fim, a prestar culto a Deus; como sinais, têm também a função de instruir. Não só supõem a fé, mas também a alimentam, fortificam e exprimem por meio de palavras e coisas, razão pela qual se chamam sacramentos da fé (Vaticano II, Sacrosanctum Concilium, 59)”, explica o CIC, no ponto 1123.
Pe. José Mario Mandía