No final, Deus destruirá o Mundo?
O que acontecerá ao mundo aquando do seu final? São João diz-nos, no Livro da Revelação: «Então vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra haviam passado; e o mar já não mais existia. Vi também a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia dos céus, da parte de Deus, adornada como uma linda noiva para o seu esposo amado. E ouvi uma forte voz que procedia do trono e declarava: “Eis que o Tabernáculo de Deus agora está entre os homens, com os quais Ele habitará. Eles serão o seu povo e o próprio Deus viverá com eles, e será o seu Deus. Ele lhes enxugará dos olhos toda a lágrima; não haverá mais morte, nem pranto, nem lamento, nem dor, porquanto a antiga ordem está encerrada!” E Aquele que está assentado no trono afirmou: “Eis que faço novas todas as coisas!” E acrescentou: “Escreve isto, pois estas palavras são verdadeiras e absolutamente dignas de confiança” (Revelação 21:1-5)».
São Pedro confirma-o: «Mas de acordo com as Suas promessas, esperamos por um novo paraíso e uma nova terra na qual habitarão os justos (2 Pedro 3:13)».
O que há a dizer sobre o Novo Paraíso e a Nova Terra? Serão pois caracterizados pelo que se segue:
1– O reino dos Justos com Cristo. O Catecismo da Igreja Católica, no ponto 1042, explica: “No fim dos tempos, o Reino de Deus chegará à sua plenitude. Depois do Juízo final, os justos reinarão para sempre com Cristo, glorificados em corpo e alma, e o próprio universo será renovado. Então a Igreja alcançará ‘na glória celeste, a sua realização acabada, quando vier o tempo da restauração de todas as coisas e, quando, juntamente com o género humano, também o universo inteiro, que ao homem está intimamente ligado e por ele atinge o seu fim, for perfeitamente restaurado em Cristo’ (Lumen Gentium)”.
2– Deus habitará entre os homens (CIC nº 1044, Revelação 21:3).
3– Não haverá mais guerras: a visão beatífica e a eliminação do pecado trarão unidade à raça humana. “Os que estiverem unidos a Cristo formarão a comunidade dos resgatados, a «Cidade santa de Deus» (Ap., 21, 2), a «Esposa do Cordeiro» (Ap., 21, 9). Esta não mais será atingida pelo pecado, pelas manchas, pelo amor próprio, que destroem e ferem a comunidade terrena dos homens. A visão beatífica, em que Deus Se manifestará aos eleitos de modo inesgotável, será a fonte inexaurível da felicidade, da paz e da mútua comunhão” (CIC nº 1045).
4– O universo transformado estará ao serviço dos justos. “O universo visível está destinado a ser transformado, ‘a fim de que o próprio mundo, restaurado no seu estado primitivo, esteja sem mais nenhum obstáculo ao serviço dos justos’ (Santo Ireneu), participando na sua glorificação em Jesus Cristo ressuscitado” (CIC nº 1047).
Devemos então ficar à espera do Novo Paraíso e da Nova Terra, e não nos preocuparmos com o mundo presente? Claro que não! Aliás, muito antes pelo contrário.
No ponto 1049, o CIC faz referência à Constituição Pastoral Gaudium et Spes, a respeito desta matéria: “A expectativa da nova terra não deve, porém, enfraquecer, mas antes activar a solicitude em ordem a desenvolver esta terra onde cresce o corpo da nova família humana, que já consegue apresentar uma certa prefiguração do mundo futuro. Por conseguinte, embora o progresso terreno se deva cuidadosamente distinguir do crescimento do Reino de Cristo, todavia, na medida em que pode contribuir para a melhor organização da sociedade humana, interessa muito ao Reino de Deus”.
São Paulo exorta-nos: «Sendo assim, meus amados, como sempre obedecestes, não somente na minha presença, porém muito mais agora na minha ausência, colocai em prática a vossa salvação com reverência e temor a Deus, pois é Deus quem produz em vós tanto o querer como o realizar, de acordo com sua boa vontade. Sendo assim, meus amados, como sempre obedecestes, não somente na minha presença, porém muito mais agora na minha ausência, colocai em prática a vossa salvação com reverência e temor a Deus, pois é Deus quem produz em vós tanto o querer como o realizar, de acordo com sua boa vontade. Fazei tudo sem murmurações nem contendas; para que vos torneis puros e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis, vivendo em um mundo corrompido e perverso, no qual resplandeceis como grandes astros no universo(Filipenses 2: 12-15)».
Pe. José Mario Mandía