SÃO MAIS AS GRAÇAS DO QUE OS FRACASSOS

SÃO MAIS AS GRAÇAS DO QUE OS FRACASSOS

«Tem o prato da balança muito cheio»

Há alguns anos alguém me referiu esta frase – que serve de título a este texto – face ao volume de trabalho e de projectos que então tinha entre mãos. Hoje veio-me ao pensamento esta frase novamente. O tempo passou. Hoje sinto que tenho o prato muitas vezes cheio de outras ocorrências igualmente importantes, mas que não dependem de mim. Posso unicamente prestar algum auxílio e ajudar a ultrapassar e a minimizar efeitos negativos. Alguém que muito considero comentou: «Deus deve gostar muito de si porque a brinda frequentemente com situações difíceis. É um sinal da predileção de Deus, que lhe concederá as graças suficientes para as ultrapassar. Está-lhe a pedir alguma coisa!». Direi eu: «Que eu veja!». Em abono da verdade, e perdoem-me a franqueza, devo confessar que ainda não entendi o que Deus quer de mim. Como já possuo alguma juventude acumulada, ouso acreditar que nunca o saberei nesta vida terrena, não desistindo, contudo, de continuar a procurar no dia-a-dia. Posto isto, os pontos 271 e 272 do livro denominado “Sulco” de São Josemaría Escrivá foram de grande proveito nesta “encruzilhada” em que me encontro: “Continuo a ser uma pobre criança, dizes-me. Mas, antes, ao vê-lo, passavas cada mau bocado! Agora, sem habituações nem cedências, vais-te habituando a sorrir e a voltar a começar a tua luta com uma alegria crescente; Se és sensato, humilde, deves ter observado que nunca se acaba de aprender… Sucede o mesmo na vida, até os mais doutos têm alguma coisa que aprender, até ao fim da vida, se não, deixavam de ser doutos”.

Ajuda-nos, Jesus, a viver sempre na verdade e a deixar que a Tua luz ilumine todas as dimensões da nossa vida com coerência. Que surja um louvor sincero que nos faça seguir o Teu caminho e trilhar a Tua estrada com as pedras e os agraços, com as alegrias e as tristezas. Que saibamos igualmente desamarrar as sandálias, e saber descansar aqui na terra.

Principalmente quando sentimos que o prato da balança está demasiado cheio. Retemperemos as forças, comamos e cantemos com os nossos irmãos, ou seja, valorizando a interdependência do amor, uma vez que todos nós precisamos uns dos outros, dando um sentido à nossa vida, fazendo recriar a esperança e o sentimento da potenciar a força da caridade. No meio das tempestades da nossa existência há sempre algo para agradecer. Existe um Deus que nos guarda, que nos protege e que nos dá o suficiente para ultrapassarmos cada dia da nossa existência. São mais as graças que recebemos do que os fracassos com os quais nos confrontamos. Procuremos ser agradecidos, humildes e viver felizes, apesar das dificuldades que possam surgir.

E têm sido tempos algo agitados. Com acontecimentos bons, outros nem por isso. O aniversário da minha neta… observando como o tempo passa! As suas férias excelentes numa semana passada no Clube 7 mais. Prenda de aniversário. Um Verão com inúmeras actividades entre as participantes: Exploradoras de espécies exóticas! Surf e arborismo, visita ao Museu do Dinheiro e enigmas na Baixa lisboeta, o Zoo de Lisboa, Science4you+festa final. Todos os dias vinha feliz graças ao excelente convívio e às novas descobertas.

Termino este artigo denominado “Tem o prato da balança muito cheio”. Dei graças a Deus por todas as amigas que possuo, e me têm ajudado e muito, de diferentes modos, a ultrapassar os momentos mais difíceis que vivencio e que guardo no meu coração.

Maria Helena Paes 

 Escritora

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