Diocese promove actividades de Verão para jovens e crianças
Sol, calor e coronavírus. Para a maior parte das crianças e jovens as férias de Verão serão passadas em Macau, devido ao Covid-19. O Centro Pastoral Diocesano para a Juventude volta a promover este ano um programa de actividades de Verão, mas a iniciativa, agendada para Agosto, irá também decorrer sob o signo do novo coronavírus.
Mais de uma centena e meia de crianças e jovens vai participar a partir de 1 de Agosto nas actividades de Verão do Centro Pastoral Diocesano para a Juventude (CPDJ), uma iniciativa que decorre este ano sob o omnipresente espectro da pandemia do Covid-19.
O surto epidémico do novo coronavírus vai obrigar o organismo a cuidados redobrados e a optar por uma nova abordagem, para reduzir ao mínimo as probabilidades de contaminação. Para além de impor a obrigatoriedade do uso de máscara em permanência e de submeter as crianças e jovens inscritos nas actividades a mecanismos diários de medição da temperatura corporal, o CPDJ decidiu separar os participantes em dois grupos e adoptar um regime de rotatividade que possa facilitar a aplicação das normativas definidas pelo Governo. «O número de crianças e jovens inscritos é quase o mesmo, mas temos de ter em conta o número de crianças que se deslocam à igreja em cada um dos dias. Decidimos, por isso, separá-los em dois grupos: um participa nas actividades às Segundas, Quartas e Sextas-feiras e as crianças do outro grupo ficam com os restantes dias. O número de participantes é quase o mesmo, mas decidimos separá-los em dois grupos, mais pequenos, de forma a limitar o número de pessoas que estão na igreja ao mesmo tempo», explicou Tammy Chio. «Os participantes vão ter que usar máscara durante todo o tempo em que participem nas actividades. Não haverá excepções. Por outro lado, os nossos voluntários estão incumbidos de receber as crianças e de lhes medir a temperatura quando chegam. Temos de registar a temperatura dos participantes todos os dias e se nos depararmos com alguém com febre teremos de ligar aos pais e levá-lo ou para casa ou para o hospital. Temos de ser muito cuidadosos com estes aspectos este ano», acrescentou a secretária-geral do Centro Pastoral Diocesano para a Juventude.
As actividades de Verão promovidas pelo organismo da diocese de Macau responsável pela gestão dos assuntos da juventude decorrem entre 1 e 22 de Agosto na igreja de São José Operário, na Areia Preta, mas para mais de meia centena de jovens que se ofereceram para monitorizar e tomar conta dos mais novos, a preparação para a iniciativa arranca já no próximo fim-de-semana, disse Tammy Chio em declarações a’O CLARIM: «As inscrições para este programa de voluntariado decorreram durante as últimas semanas e, no total, inscreveram-se mais de meia centena de voluntários com idades compreendidas entre os 12 e os 24 anos. Cerca de metade destes jovens já participou noutros anos, mas a outra metade está a juntar-se a nós pela primeira vez». «Durante os dois próximos fins-de-semana vamos dinamizar acções de formação, e depois disso ainda há alguma informação que eles têm de assimilar e alguns detalhes que têm de ser ultimados antes de podermos dar as boas-vindas às crianças», adiantou.
O objectivo das acções de formação é inculcar no grupo de voluntários uma maior consciência deles próprios, de forma a que possam estar mais receptivos aos outros e a alimentar e nutrir o desígnio da responsabilidade social. «Esperamos que se possam sentir impelidos a descobrirem-se a si mesmos. Queremos que se conheçam melhor, porque à medida que se conhecem melhor a eles mesmos, vão também aprender a valorizar e a preocupar-se mais com os outros. Este é o principal objectivo que tencionamos assegurar através desta formação», referiu a dirigente do CPDJ. «No que diz respeito às crianças, hoje em dia, as famílias costumam ter apenas um ou dois filhos. Nas nossas actividades eles têm a oportunidade de brincar com outras crianças da mesma idade, com crianças mais velhas ou até com adolescentes. É uma boa oportunidade que lhes é concedida para que possam falar e interagir com os seus pares. Esperamos que possam fazer amigos, que possam tomar conta uns dos outros e que aprendam a respeitar e a preocupar-se com os outros. Este é o grande propósito destas actividades», acentuou.
Durante as três semanas pelas quais as actividades de Verão se prolongam as mais de cem crianças inscritas e os mais de cinquenta voluntários que as vão acompanhar vão ter a possibilidade de conviver, de brincar e de aprender, mas também de rezar, ainda que uma parte significativa dos participantes não seja católica. «As actividades decorrem da parte da tarde, a partir das três horas. Num primeiro momento, as crianças brincam e falam umas com as outras, com amigos da mesma idade ou com crianças mais velhas. Depois disso, juntamo-nos todos, cantamos algumas músicas e temos um momento de oração, ainda que muitos deles não sejam católicos. Depois separamo-los em pequenos grupos, para que possam realizar diferentes actividades. Podem pintar e fazer trabalhos manuais; cantar e tocar instrumentos; aprender a falar Coreano ou Japonês, e outras actividades deste género. A terminar, voltam a brincar em grupo e comem alguma coisa antes de regressarem a casa», explicou Tammy Chio.
Para além de ajudar a moldar a personalidade das crianças e jovens, as actividades de Verão constituem também uma oportunidade para a Igreja Católica se dar a conhecer à população de Macau. «Como dizia, uma boa parte destas crianças e jovens não é católica. Muitos vivem perto da igreja de São José Operário. Sabem que o edifício é uma igreja, mas o mais provável é que nunca lá tenham entrado e por isso, no primeiro dia, vou fazer uma visita guiada e vou explicar o que faz a igreja em prol da sociedade. Vou explicar às crianças e aos jovens o que é a igreja, mas esta é uma mensagem que eu também quero fazer chegar aos seus pais», concluiu a secretária-geral do CPDJ.
Marco Carvalho