Banco alimentar: Cáritas antecipa aumento de pedidos
O número de residentes de Macau em situação de carência alimentar poderá aumentar até ao final do ano. A previsão é feita pelo secretário-geral da Cáritas, Paul Pun. A organização gere o único Banco Alimentar público do território, financiado pelo Instituto de Acção Social.
O secretário-geral da Cáritas, Paul Pun, antecipa um aumento do número de residentes de Macau que poderão recorrer ao apoio do Banco Alimentar gerido pela organização. Nos oito primeiros meses do ano, até ao final de Agosto, a Cáritas fez chegar ajuda a dois mil 959 residentes em situação de carência alimentar. O número é ligeiramente inferior ao registado no mesmo período de 2021, mas as operações do Banco Alimentar, recorda Paul Pun, estiveram suspensas durante um mês e meio, no auge da crise sanitária vivida em Junho e Julho, depois da descoberta do primeiro grande surto local de Covid-19.
«Não nos deparámos como um aumento dos números em relação ao ano passado, mas a verdade é que este ano também não oferecemos os nossos serviços durante um mês e meio, durante o surto de Covid-19. No entanto, o número é muito próximo do que foi registado durante o ano passado, o que quer dizer que, muito provavelmente, vamos ver os pedidos a aumentar na recta final deste ano», antecipa o secretário-geral da Cáritas. «Até agora, estas pessoas conseguiram adquirir alimentos e bens essenciais graças ao cartão de consumo. Foi o cartão de consumo que lhes valeu ao longo das últimas semanas e lhes garantiu a sobrevivência. São estas pessoas que poderão vir a solicitar o apoio do Banco Alimentar lá mais para o final do ano, em Novembro ou em Dezembro», reitera Paul Pun.
O Banco Alimentar tem como objectivo garantir a subsistência dos residentes. A deterioração dos principais indicadores económicos desde o início da pandemia confrontou a população de Macau com novas dificuldades, mas Paul Pun defende que o recurso, por parte dos residentes locais, a expedientes como o Banco Alimentar não é propriamente um indicador de pobreza. «Não nos referimos a estas pessoas como sendo pessoas pobres. São pessoas com baixos rendimentos. Para recorrerem à ajuda do Banco Alimentar têm de auferir mensalmente menos de sete mil e 800 patacas e não podem ter mais de 39 mil patacas na conta bancária», explica o dirigente. «Os residentes que encaixam nestes requisitos e que virem os seus pedidos aprovados, recebem ajuda alimentar durante dez semanas consecutivas, mas se as condições se mantiverem podem candidatar-se a mais dez semanas. Isto quer dizer que podem receber apoio alimentar durante vinte semanas por ano», conclui Paul Pun.
Entre os géneros que integram o cabaz alimentar semanal distribuído pela Cáritas estão massa, arroz, óleo alimentar e biscoitos. O Instituto de Acção Social distribui ainda leite em pó pelos requerentes que têm crianças de tenra idade sob a sua responsabilidade.
M.C.