Amor é mais do que dizem músicas e “influencers”
O Papa apresentou, no Vaticano, uma reflexão sobre o amor, tendo sublinhado que o conceito proposto por Jesus vai além do que dizem as músicas e os “influencers”.
«Mesmo nos nossos tempos, o amor está na boca de toda a gente; está na boca de muitos influenciadores e no refrão de muitas canções. Fala-se muito de amor, mas o que é o amor?», questionou, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a Audiência Pública semanal das quartas-feiras.
Francisco reflectiu sobre a diferença entre o «amor cristão» e todos os outros tipos de amor, porque o Evangelho é «ousado».
Retomando as reflexões do apóstolo Paulo sobre a caridade, o Papa sustentou que o amor de Deus «não é o amor que sobe, mas o que desce, não o que toma, mas o que dá».
«É um amor que vem de Deus e se dirige a Deus» e que, ao mesmo tempo, torna capazes de «amar o próximo como Deus o ama».
Francisco defendeu que um cristão deve «amar toda a gente, sem esperar reciprocidade e sem interesse», incluindo quem lhe tenha feito mal.
«Como é difícil perdoar: quanto amor é preciso para perdoar! O amor cristão abençoa aqueles que amaldiçoam, e nós estamos habituados, perante um insulto ou uma maldição, a responder com outro insulto, com outra maldição. É um amor tão ousado que parece quase impossível e, no entanto, é a única coisa que restará de nós», apontou.
O Papa assinalou que, no momento da morte, todos serão julgados pelo «amor».
«Ao entardecer da nossa vida não seremos julgados sobre o amor de forma genérica, mas sobre a caridade que praticamos, ou seja, o amor que realizamos de modo concreto», prosseguiu.
GUERRA: PAPA PEDE AJUDA A FÁTIMA
Na mesma audiência, o Papa pediu orações pela «paz definitiva», invocando a intercessão de Nossa Senhora de Fátima, ao recordar as celebrações do 13 de Maio.
«Celebramos Nossa Senhora de Fátima. Convido-vos a rezar com confiança o Santo Rosário, pedindo a Nossa Senhora pela paz em todo o mundo», disse, no final do encontro com os peregrinos presentes na Praça de São Pedro, a quem saudou e convidou a «rezar pela paz».
«Não esqueçamos a martirizada Ucrânia; não esqueçamos a Palestina, Israel, Myanmar. Rezemos pela paz, rezemos por todos os povos que sofrem a guerra», declarou.
O Papa deixou uma mensagem de solidariedade ao povo do Afeganistão, «duramente atingido pelas trágicas inundações que causaram numerosas perdas de vidas, inclusive de crianças, e continuam a causar a destruição de muitas casas».
«Rezo pelas vítimas, especialmente pelas crianças e suas famílias, e apelo à comunidade internacional para que preste ajuda e apoio imediatos para proteger os mais vulneráveis», acrescentou.
Na saudação aos peregrinos polacos, Francisco sublinhou a «necessidade de proteger a vida humana desde a concepção até à morte natural», tendo elogiado o trabalho da Fundação Sim à Vida, na Polónia.
In ECCLESIA