Papa pediu cristãos abertos e atentos aos outros
O Papa disse, no Vaticano, que os cristãos devem ser pessoas abertas e atentas aos outros, encerrando um ciclo de catequeses dedicadas ao “zelo apostólico”. «Um cristão deve ser aberto à Palavra e ao serviço dos outros», referiu na audiência pública de 13 de Dezembro, que decorreu no Auditório Paulo VI.
Perante milhares de pessoas, Francisco apresentou uma reflexão sobre a cura de um surdo-mudo, relatada no Evangelho de São Marcos, numa região predominantemente pagã. «Jesus é capaz de abrir os ouvidos e a boca», indicou, precisando que «na Bíblia a surdez assume uma dimensão metafórica e designa o fechamento ao apelo de Deus». «Os cristãos fechados acabam sempre mal, porque não são cristãos, são ideólogos, ideólogos do encerramento», acrescentou.
«O milagre de Jesus tem como palavra decisiva uma expressão em Aramaico, “efatá”, que significa “abre-te”. É um convite dirigido não tanto ao surdo-mudo, que não podia ouvi-lo, mas aos discípulos de então e de todos os tempos», sustentou Francisco.
O Papa destacou que todos os baptizados são chamados a anunciar Jesus. «Peçamos a graça, como Igreja, de poder realizar uma conversão pastoral e missionária», apelou.
Após a Catequese, Francisco dirigiu saudações aos vários grupos presentes, incluindo os peregrinos de língua portuguesa. «Agradeço a vossa presença e encorajo-vos a continuar a dar, com fé, o vosso testemunho cristão na sociedade. Deixai-vos guiar pelo Espírito Santo, para crescerdes repletos dos seus frutos», declarou.
A audiência recordou ainda a memória litúrgica de Santa Luzia, virgem e mártir. «Nalgumas partes de Itália e da Europa é costume trocar presentes neste dia de festa, para o Natal que se aproxima. Gostaria de vos convidar a todos a trocar o presente da amizade e do testemunho cristão. É um belo presente, este», disse.
TERRA SANTA: NOVO APELO
Na mesma ocasião, o Papa manifestou «muita preocupação e dor» perante o conflito em Israel e na Palestina, apelando a um fim imediato das hostilidades. «Renovo o meu apelo por um cessar-fogo humanitário imediato. Sofre-se tanto, ali», referiu. «Que acabe este grande sofrimento, para israelitas e palestinos. Por favor, não às armas, sim à paz», prosseguiu.
Francisco pediu que as partes envolvidas retomem as negociações: «Peço que todos assumam o compromisso urgente de fazer chegar ajudas humanitárias à população de Gaza, que está no limite e tem realmente necessidade delas».
O Papa rezou ainda pelo «dom da paz para os povos que sofrem com a guerra, especialmente para a martirizada Ucrânia, para Israel e a Palestina».
Os apelos do Santo Padre surgiram horas depois de a Assembleia-Geral das Nações Unidas ter aprovado, com apoio de 153 países, uma resolução não vinculativa que exige um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza.
In ECCLESIA – texto editado