Católicos de Macau em peregrinação até Roma
Um grupo de peregrinos de Macau vai deslocar-se ao Vaticano durante o Verão, com o intuito de passar pela Porta Santa da Basílica de São Pedro. Organizada pelo padre Daniel Ribeiro, SCJ, a peregrinação – realizada no âmbito do Ano Santo – vai recriar os passos de São Paulo na Ásia Menor e visitar os locais onde cresceu e viveu São João Paulo II.
A Igreja Católica comemora o Jubileu da Esperança e o Papa Francisco tem repetido o convite para que os católicos fortaleçam a sua fé, pratiquem obras de misericórdia e promovam a paz, a justiça e a solidariedade. Para que os fiéis obtenham Indulgência Plenária, é necessário que realizem uma peregrinação aos lugares sagrados do Jubileu ou atravessem uma das Portas Santas abertas pelo Santo Padre no passado mês de Dezembro. Esta é precisamente a proposta que o padre Daniel está a lançar à comunidade católica de língua portuguesa de Macau.
O vigário paroquial da Sé Catedral vai liderar uma peregrinação à Europa, na segunda metade de Julho, que terminará em Roma, numa das quatro Basílicas Maiores onde foram abertas as respectivas Portas Santas. «O objectivo final da peregrinação, o objectivo maior, é que as pessoas passem pela Porta Santa da Basílica de São Pedro, mas devido à grande procura que há em Roma durante todo este ano, vamos incluir outros lugares na peregrinação», começou por referir o padre Daniel, em declarações a’O CLARIM, acrescentando: «Em Roma vamos permanecer apenas dois dias; não estão previstas visitas a museus ou iniciativas semelhantes».
NOS PASSOS DE SÃO PAULO
Para além da deslocação à capital italiana, o grupo de peregrinos, ao qual se vão juntar outros católicos (portugueses e brasileiros), vai seguir os passos da primeira viagem apostólica de São Paulo e visitar os locais onde cresceu e viveu São João Paulo II. O padre Daniel explica: «A peregrinação sai de Hong Kong no dia 18 de Julho e regressa a Macau a 1 de Agosto. A iniciativa está direccionada principalmente para os católicos de língua portuguesa e aberta a todas as idades. A primeira paragem é a Turquia, onde vamos recriar a primeira viagem missionária de São Paulo. Optei por dar uma perspectiva bíblica à primeira parte da peregrinação, fundamentada no Novo Testamento e nas Cartas que São Paulo escreveu, e recriar os seus passos. Nos sete primeiros dias vamos visitar lugares bíblicos como Antioquia, Éfeso, Esmirna, Iconium e Listra».
Durante uma semana o grupo de peregrinos vai visitar vários locais referenciados na Bíblia e mencionados por São Paulo nas epístolas. Do programa constam visitas à Casa da Virgem Maria, em Esmirna, cidade onde Nossa Senhora viveu os seus últimos anos; ao Monte Staurin, onde São Paulo pregou; e à aldeia de Listra, onde o taumaturgo operou um dos maiores milagres que lhe é atribuído.
No entender do padre Daniel, a Ásia Menor foi crucial para a afirmação da Igreja dos primeiros tempos, sendo essa a razão fundamental para que a região, situada na actual Turquia, deva ser melhor conhecida pelos católicos: «Completamos 2025 anos sobre o nascimento de Jesus e esta viagem é uma oportunidade para visitarmos lugares que são importantes para a fé católica, onde o Catolicismo se desenvolveu depois da Ressureição de Cristo, estando situados na região que hoje denominámos de Ásia Menor. Foi ali que São Paulo desenvolveu a sua missão com os gentios».
SÃO JOÃO PAULO II: UM PEREGRINO DA PAZ
Ao oitavo dia de peregrinação, o grupo viaja de Istambul para Cracóvia, cidade da qual Karol Wojtyla foi arcebispo, entre 1964 e 1978. O pontífice polaco, canonizado pelo Papa Francisco em 2014, é a principal referência da segunda etapa da deslocação à Europa. Na Polónia, os peregrinos vão visitar Wadowice, a pequena cidade onde nasceu São João Paulo II, e também o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, onde São Maximiliano Maria Kolbe e Santa Edith Stein foram martirizados.
«João Paulo II revitalizou as celebrações do Jubileu e queremos visitar os lugares onde viveu. É importante também ressalvar a importância que teve na história recente da Igreja», sublinhou o sacerdote.
Em Roma, a peregrinação termina ao 14.º com a tão desejada passagem pela Porta Santa da Basílica de São Pedro, mas a Cidade Eterna não é a única paragem prevista. Dois dias antes de regressar a Macau, o grupo ruma a Assis. «Como no próximo ano se comemoram os oitocentos anos sobre a morte de São Francisco de Assis, vamos também querer visitar Assis, a cidade de São Francisco», disse o padre Daniel, concluindo: «Até ao momento, famílias, jovens, e até pessoas mais idosas, já demonstraram interesse em participar nesta peregrinação. Há quem se vá juntar ao grupo apenas na Europa, partindo de Portugal. É, de facto, uma iniciativa aberta a todos».
Marco Carvalho