Família e Fé

A primeira escola dos filhos

Em certa ocasião, um pai de família começou uma conferência com a seguinte pergunta ao auditório: «– Sabem qual é a primeira escola que os filhos devem ter?». As respostas foram muito variadas: um infantário, uma creche, um jardim-escola.

«– Nada disso», respondeu o conferencista. «– A minha experiência de pai de uma família numerosa (lá em casa somos dez: a minha patroa, oito filhos e este seu servidor) é que a primeira e fundamental escola dos filhos é o amor entre os pais. De todas as escolas que conheço é a que melhor ensina a matéria mais importante: ensina a amar. Dessa “cadeira” depende a felicidade dos nossos filhos nesta vida e na futura».

É do amor mútuo entre os pais que procedem os filhos. No entanto, esse amor não pode permanecer somente no acto gerador inicial. Demonstra-se, sobretudo, nessa geração não biológica que é tão fundamental na vida de qualquer um de nós: a educação.

E é o amor entre os pais – que se transmite aos filhos – a primeira “escola” que educa lá em casa. Não só educa, mas dá coesão, transmite segurança e permite aos filhos crescerem e desenvolverem-se num ambiente saudável. Como alguém disse – e com razão – a família é sempre o melhor ministério da educação, da saúde e da segurança social.

Se há amor entre o pai e a mãe – amor que se manifesta em detalhes de espírito de serviço todos os dias – a atmosfera que os filhos respiram é de entrega e de generosidade. E estes dois conceitos possuem uma estreita relação com a capacidade de amar de cada um de nós. Sem entrega e sem generosidade não há amor – há palavras bonitas, eflúvios sentimentais e nada mais.

Para se construir um lar amável, acolhedor e formativo é necessário o seguinte “material” fundamental: um pai, uma mãe, o amor entre eles e aos filhos. E o amor manifesta-se – entre outras coisas – na dedicação de tempo tanto ao cônjuge como aos filhos. Essa dedicação complementar é responsabilidade dos dois – não só ou sobretudo da mãe. É bom não esquecer que os filhos, para crescerem harmonicamente, necessitam também da presença, amizade e carinho do pai.

É verdade que, por motivos graves, Deus dá a sua graça para suprir a forçada ausência de um dos dois progenitores na educação dos filhos. No entanto, o que não está correcto é a inibição ou a renúncia voluntária de um deles por comodismo, excesso de trabalho ou pouca paciência.

Como dizia S. Josemaria, o primeiro e o melhor negócio dos pais é a educação dos seus filhos. Ser pais é a primeira ocupação das suas vidas e é, ao mesmo tempo, um desafio maravilhoso. Por isso, o amor genuíno leva a antepor a família ao trabalho. Estas duas realidades são importantes na vida de uma pessoa, mas não estão ao mesmo nível!

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Prelatura do Opus Dei

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