Respeito pelos direitos e liberdades.
As comemorações do Dia da Europa, que decorreram na passada terça-feira no seio da União Europeia, com o intuito de assinalar o 67º aniversário da histórica “Declaração Schuman”, estendem-se até Domingo ao Luxemburgo e a Estrasburgo.
Para Rui Flores, é «importante» lembrar a efeméride, dado que se trata de «uma oportunidade para celebrar os valores nucleares da União Europeia», assentes «no respeito pelos direitos e liberdades fundamentais, na integração política e económica de povos e Estados, na democracia, na tolerância e na solidariedade».
«O projecto europeu começou há mais de 60 anos e todos os dias se renova, na prática. Apesar de todos os percalços que têm afectado a União Europeia – a Europa tem sido construída na superação das crises – o continente é um espaço de liberdade», sustentou o gestor executivo do Programa Académico da União Europeia para Macau, acrescentado que «numa altura em que aumentam os muros, as perseguições e as desigualdades sociais, celebrar estes valores não é pouco».
Nesse sentido, a vitória de Emmanuel Macron nas presidenciais francesas «representa para a Europa e para o mundo a vitória da tolerância perante a intolerância, da integração sobre a criação de guetos, da liberdade sobre a opressão».
«Tendo em conta o discurso de Marine Le Pen contra a imigração, contra a integração europeia, contra a liberdade de movimentos, a vitória de Macron foi recebida pelos que acreditam na União Europeia com grande satisfação», vincou.
Nos últimos dias de campanha, Emmanuel Macron falou na necessidade de se reformar a União Europeia, algo que o gestor executivo do Programa Académico disse «aguardar com expectativa» para saber que «propostas irão ser defendidas» pelo Presidente-eleito que «contribuam para a resolução de um dos maiores problemas que a União, enquanto bloco, enfrenta: o aumento das desigualdades sociais».
«É um problema a que Marine Le Pen aludiu como a diferença entre os vencedores da globalização e os que têm perdido com ela, e que tem tido um impacto determinante nos recentes resultados eleitorais nos Estados Unidos da América (com a vitória de Donald Trump) e no referendo no Reino Unido que determinou a saída da União Europeia», sublinhou.
Embora seja o principal problema a resolver, «ao contrário do que diz Trump e Le Pen, proteccionismo, fecho de fronteiras, perseguição de estrangeiros, só contribuirá para aumentar as desigualdades sociais».
Quanto ao impacto que a possível saída da Escócia do Reino Unido possa ter na União Europeia, realçou: «É um cenário que não se coloca neste momento. O que temos hoje é que o Reino Unido, enquanto tal, iniciou formalmente o processo de saída da União Europeia».
Entretanto, com o intuito de comemorar o Dia da Europa na RAEM, o Gabinete da União Europeia para Hong Kong e Macau levou ontem a cabo no Teatro D. Pedro V o concerto de música de cinema europeu.
PEDRO DANIEL OLIVEIRA
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