Falar menos, fazer mais
O envelhecimento da população é um problema que o Governo deve olhar de frente, referiu o secretário-geral da Cáritas, ao sustentar que é preciso «falar menos e fazer mais». Paul Pun abordou a importância dos centros de dia para a terceira idade e a actividade do Serviço de Cuidados Domiciliários da instituição, implementado em cooperação com a Fundação Macau.
O secretário-geral da Cáritas, Paul Pun, instou o Governo a falar menos e a fazer mais na área social em geral, e no apoio à terceira idade em particular.
«Ouço muitas pessoas dizer que o envelhecimento da população é um problema, porque há um aumento da esperança de vida e as terras são escassas. Os idosos requerem muita ajuda», disse a’O CLARIM, ao lembrar que, de acordo com as recentes estimativas, 22,4% da população local será idosa em 2031.
«Há cada vez mais idosos em Macau, mas não há centros de acolhimento em número suficiente. É preciso reforçar as medidas de apoio familiar e de assistência. Não podemos construir muitos asilos, por causa do espaço limitado do território, por isso a família desempenha um papel fundamental», referiu Paul Pun.
No seu entender, a solução passa por «consolidar a rede de apoio comunitário», na vertente dos «centros de dia para idosos», que lamentou «serem poucos, embora contribuam para aliviar o fardo das famílias».
O responsável da Cáritas também criticou alguma falta de soluções governativas que estejam direccionadas para a melhoria da qualidade de vida dos idosos de modo a manterem-se saudáveis e longe das doenças relacionadas com o envelhecimento.
As declarações de Paul Pun foram proferidas a cerca de duas semanas do Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, e do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, se deslocarem à Assembleia Legislativa, no âmbito da apresentação das Linhas de Acção Governativa para 2015.
Programa
O Serviço de Cuidados Domiciliários da Cáritas, programa implementado em cooperação com a Fundação Macau, registou 357 atendimentos continuados entre o início da sua actividade, há cerca de dois anos, e Dezembro de 2014. Daquele número, aproximadamente 60% foram atendimentos de curta duração (três meses ou menos), 30% de média duração (entre seis meses e um ano) e 10% de longa duração (mais de um ano).
«Na sua generalidade, após três meses já há cuidados domiciliários estáveis, ou então [os pacientes] conseguem encontrar alternativas. As suas famílias ajustam também os seus horários e a disposição e a condição dos pacientes regista melhorias», salientou Paul Pun. O serviço é disponibilizado para os residentes permanentes que precisem de cuidados especiais.
PEDRO DANIEL OLIVEIRA