Mário Tomé, especialista em Tecnologias de Informação

Pouco mercado torna a sociedade conservadora

O especialista em Tecnologias de Informação, Mário Tomé, disse a’O CLARIM que as novas soluções tecnológicas estão a chegar mais tarde a Macau, do que ao interior da China e a Hong Kong, devido ao reduzido mercado aqui existente, sendo por isso que a sociedade local tem mais dificuldade em mudar os seus hábitos de vida, denotando maior conservadorismo.

«Contudo, é preciso estar atento às novas gerações, que estão a marcar cada vez mais as tendências de vida, até mesmo no modo como se relacionam ao nível das relações pessoais, do trabalho e da cultura, porque usam cada vez mais as novas tecnologias, em detrimento dos meios convencionais de comunicação», frisou Mário Tomé, que entre 2005 e 2007 trabalhou no Myanmar.

«Nada se ganha e nada se perde, porque tudo se transforma. As novas tecnologias não vão destruir, mas sim transformar o mundo. Determinados empregos vão deixar de existir, enquanto outros vão ser criados. É preciso estar atento a esta transformação para haver uma continuidade da sociedade e da cultura. Obviamente, Macau terá que seguir este caminho», sublinhou o responsável pelos sistemas de informação e tecnologia da Macau Jet International.

No seu entender, o actual estágio evolutivo está no patamar dos “smartphones”, sendo o próximo passo a massificação da tecnologia “wearable”, ou seja, de relógios, óculos e vestuário, entre outros utensílios inteligentes que poderão controlar o estado de saúde das pessoas ou sincronizá-las com outras soluções tecnológicas.

«Numa versão mais avançada da IOT [Internet Of Things], surgirá o conceito de ter quase todos os equipamentos ligados em rede, cada qual com determinadas funcionalidades e comunicando com as “clouds” [serviços na Internet]. Será, por exemplo, o frigorífico informar-nos que é preciso comprar leite; a máquina de lavar, que é necessário mudar o filtro; o carro, que a bateria deverá ser substituída», explicou Mário Tomé.

O uso dos robots não é uma realidade muito distante. «Diria que a partir de 2020 vão começar a aparecer devagarinho no mercado. Já há o robot que limpa a casa. Haverá depois os que serão responsáveis pela segurança da casa, com câmaras e termóstatos que poderão providenciar essa informação. A partir daqui, a vida em sociedade será cada vez mais regida pelas novas tecnologias», concluiu.

PEDRO DANIEL OLIVEIRA

pedrodanielhk@hotmail.com

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