Missa cantada em Patuá na igreja de São Domingos

CORAL DÓCI PAPIAÇÁM DI MACAU ACTUA NO BAZAR DE NATAL DA SÉ CATEDRAL NA MESMA DATA

Missa cantada em Patuá na igreja de São Domingos

Três anos depois, a igreja de São Domingos acolhe, no próximo dia 16 de Dezembro, uma missa cantada em Patuá, numa iniciativa do coral Dóci Papiaçám di Macau. Na mesma data, o grupo canta no Bazar de Natal da paróquia da Sé Catedral. Está também prevista uma actuação no Largo do Senado, a realizar no dia seguinte.

«O coro vai cantar novamente na igreja de São Domingos. Vamos cantar no dia 16 [de Dezembro]. Primeiro, vamos ter uma intervenção no Largo da Sé, tal como no ano passado. A Diocese vai organizar nesta praça, como já fez no ano passado, uma pequena feira e vamos cantar nesse sítio. A nossa actuação está marcada para as 14:30 [horas]. Logo a seguir, às 17:30, vamos cantar na missa vespertina da igreja de São Domingos, para celebrar o Natal», adiantou Miguel de Senna Fernandes, em declarações a’O CLARIM. «Estamos a ver ainda se podemos fazer uma actuação no próprio Largo do Senado, no dia 17, da parte da tarde. Estamos ainda a conversar e a averiguar sobre essa possibilidade», acrescentou o encenador e dramaturgo.

A exemplo do que aconteceu em 2023, o coral do Grupo Dóci Papiaçám di Macau vai apresentar no Largo da Sé temas religiosos, mas também canções de cariz mais profano alusivos à quadra natalícia. Composto actualmente por 22 membros e dirigido por José Basto da Silva, o coro vai cantar, durante a Eucaristia na igreja de São Domingos, o “Pai Nosso” e outras composições corais na “dóci lingu di Macau”, a exemplo do que sucedeu no Natal de 2020. Há três anos, com Macau em plena pandemia, o grupo de teatro dirigido por Miguel de Senna Fernandes apostou na reabilitação do canto coral, uma das facetas pelas quais o organismo se notabilizou durante os primeiros anos de vida.

TRINTA ANOS A FAZER RIR

Criado em 1993, o grupo Dóci Papiaçám di Macau comemorou trinta anos de existência no final de Outubro. A trupe, que desde então se tem vindo a prefigurar como um elemento central na promoção e na salvaguarda do Patuá, celebrou o trigésimo aniversário na passada sexta-feira, com jantar de gala na Torre de Macau. Três décadas e dezenas de récitas depois, o percurso empreendido em 1993 com a peça “Olâ Pididénte”, defendeu Miguel de Senna Fernandes, é hoje mais relevante do que nunca. «O balanço é sempre positivo. Trinta anos já não se pode dizer que seja uma vida curta e, naturalmente, como em tudo que tenha uma vida que já não é curta houve sempre altos e baixos. Os altos, naturalmente, têm muito que ver com o entusiasmo: o entusiasmo do momento e o entusiasmo das pequenas vitórias que fomos alcançando ao longo dos anos», salientou, não deixando de referir os «momentos mais baixos»: «Os baixos têm muito que ver com a incerteza da renovação da possibilidade de representar no ano seguinte. Isto foi um dos aspectos que sempre pesou no grupo, muito naturalmente. O panorama mudou a partir de um certo momento, quando vimos que o Instituto Cultural já fazia questão que nós fizéssemos parte do programa. A partir de então tivemos mais segurança no que toca às nossas prestações anuais. Naturalmente, quando termina uma incerteza, há sempre outras a espreitar à esquina».

Segundo Miguel de Senna Fernandes, ao longo dos últimos trinta anos, é bem provável que mais de duas centenas de pessoas tenham dado corpo, no palco e fora dele, ao grupo Dóci Papiaçám.

Marco Carvalho

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