50.º ANIVERSÁRIO DE ORDENAÇÃO: PADRE PEDRO CHONG

50.º ANIVERSÁRIO DE ORDENAÇÃO: PADRE PEDRO CHONG FALOU A’O CLARIM

«Os jovens devem percorrer o seu próprio caminho»

O CLARIM – Estamos a celebrar o Ano Jubilar da Esperança. De que forma os jovens podem responder à sua vocação com esperança?

PADRE PEDRO CHONG – A minha vocação nunca foi uma desilusão. Acredito, realisticamente, que quando observamos as mudanças na sociedade, apercebemo-nos de que há muitas coisas que precisam de ser feitas ou que podem ser feitas. Nos meus cinquenta anos de Sacerdócio – meio século – a transformação de Macau foi significativa. Passou de um lugar com recursos limitados para um lugar que pode agora ser considerado saudável, não apenas materialmente, mas em termos de crescimento humano. Para mim, é um grande desejo que os jovens de Macau encontrem a sua voz e falem em nome do povo de Macau. Quando eu estava no Centro Pastoral Juvenil, o primeiro grupo que formámos foi o “Grupo dos Trabalhadores”. Naquela altura, não havia Universidade, pelo que concluir o terceiro ano de escolaridade já era um feito significativo. À época, esperávamos que a juventude de Macau não ficasse calada, mas que falasse em nome da sociedade. Pergunto: no novo ambiente actual, não será que ainda precisamos que os jovens falem em nome da sociedade? Isto é algo que nunca esquecerei ao longo do meu meio século de Sacerdócio, sendo que continua a ser profundamente necessário.

CL – De que modo podemos ajudar os jovens a responder à sua vocação?

P.P.C. – Há cinquenta anos, eu era ainda muito jovem e podia esforçar-me ao lado de outros, com mais oportunidades disponíveis. Mas agora, essas oportunidades e recursos são menos numerosos, e é um pouco mais difícil. No entanto, encorajo as comunidades eclesiásticas a levarem os nossos jovens para além de Macau, a envolverem-se com outras sociedades e a verem onde outros jovens estão a avançar activamente. Não devem ficar confinados a este pequeno sítio chamado Macau. Acredito que um ambiente geográfico tão pequeno tem um impacto significativo na vida das pessoas. Por isso, acho que se os jovens de Macau tiverem oportunidade, devem sair de Macau e observar mais. Outro ponto é ter um grupo para reflectir em conjunto e discutir as suas observações. Só assim os seus corações, mentes e perspectivas se alargarão, permitindo-lhes empenharem-se no trabalho de evangelização.

CL – Como é que os jovens podem permanecer firmes e persistir até ao fim, em todos os domínios?

P.P.C. – De facto, o que vemos agora é que a chamada geração mais jovem não são apenas os jovens, são as famílias. Muitas famílias hoje têm um ou dois filhos e são muito protectoras em relação a eles. A protecção não é má, mas a sobreprotecção, impedindo-os de traçar os seus próprios caminhos, pode também arruinar as suas vidas. Se nunca lhes for permitido percorrer o seu próprio caminho, nunca encontrarão o Caminho ao longo da vida.

Jasmin Yiu

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